Recordes na movimentação de cargas aliados à redução de custos operacionais e de despesas administrativas ajudaram o porto a chegar à marca de R$ 31 milhões de lucro acumulado nestes seis primeiros meses. Montante que é 1.792% maior que o acumulado de janeiro a junho de 2014, quando o lucro do porto foi de pouco mais que R$ 1,6 milhão. O resultado foi divulgado nesta quarta-feira, 8, pela Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap).
O incremento na movimentação de cargas no porto foi determinante para o resultado positivo no semestre. O balanço da Emap registra movimentação de 10,3 milhões de toneladas no Porto do Itaqui, desempenho 27% melhor que o do mesmo período de 2014. Maio de 2015 foi especialmente significativo. Naquele mês, o Porto do Itaqui alcançou recorde histórico de operação, quando a movimentação de cargas atingiu 2,9 milhões de toneladas.
O resultado é fruto de planejamento e metas estabelecidas pelo governo Flávio Dino. Com o alinhamento das relações do Porto à mudança das práticas na governança do Maranhão e atenção para o cenário do país, a Emap segue na missão de aumentar a produtividade e, ao mesmo tempo, prover a segurança e a infraestrutura portuárias. O início das atividades do Terminal de Grãos do Maranhão (Tegram), ainda que em fase de testes, por exemplo, abre fronteiras internacionais; ao mesmo tempo, o aquecimento da economia local, por meio do lançamento de vários editais de licitação para obras estruturais e prestação de serviços no Porto, são demonstrações de como o Governo do Maranhão pode atuar na geração de negócios para o estado.
A redução de custos e despesas foi outro fator crucial para o desempenho do primeiro semestre. “Temos consciência dos desafios do país neste momento e seguimos com pulso firme na contenção das despesas e reversão dos lucros em capacidade do porto para gerar mais negócios, contribuindo de forma responsável para o desenvolvimento do Maranhão”, disse o presidente da Emap, Ted Lago.
Com essa dupla linha de atuação, houve crescimento de 55% nas receitas e redução de 28% em despesas operacionais nestes seis primeiros meses do governo Flávio Dino. Esse recorde operacional elevou a lucratividade da Emap em 1.792%, no comparativo com o primeiro semestre de 2014.
“Após um diagnóstico inicial o nosso plano de ação foi definido com base na revisão de contratos, restabelecimento de relações com parceiros, como a Secretaria Especial dos Portos [Governo Federal], Antaq [Agência Nacional de Transportes Aquaviários] e operadoras portuárias com negócios no Itaqui, e a integração da equipe à nova visão estratégica. Esses resultados vêm sendo acompanhados de perto pelo governador Flávio Dino e é fruto desse planejamento”, afirmou Ted Lago.
Novos investimentos
O foco no bom relacionamento com a Secretaria Especial dos Portos culminou, em junho, com o anúncio de investimentos de R$ 509 milhões do Programa de Investimentos em Logística (PIL). O recurso, direto da iniciativa privada em áreas que serão licitadas pelo Governo Federal dentro do porto organizado, contempla dois terminais. Um de celulose, para dois milhões de toneladas/ano, deve consolidar a produção da região de Imperatriz. Já o terminal de graneis minerais é para complementar o Tegram. Quando concluídos, esses terminais irão gerar aumento de 30% no volume de carga movimentada.
Os investimentos têm propósito de melhorar a eficiência e a produtividade, com impacto direto no custo logístico das mercadorias que passam pelo porto. É o Maranhão propiciando o escoamento da safra de uma fronteira agrícola importante e em expansão, pelo Porto do Itaqui, com extensa conexão ferroviária. São aproximadamente 1,8 mil quilômetros chegando até o estado de Goiás e atendendo principalmente os estados do Maranhão, Pará, Tocantins, Goiás, Mato Grosso e Bahia.
Para incluir o pequeno e médio produtor, a pequena e média indústria e o comércio, no eixo de exportação e importação mundial pelo Porto do Itaqui, o plano é tornar o porto mais acessível, reduzindo os custos operacionais por meio, por exemplo, de contêineres, que é uma forma de democratizar o transporte marítimo. Isso exige um trabalho articulado com outras secretarias estaduais, como Agricultura Familiar (SAF) e Indústria e Comércio (Seinc), de modo a desenvolver todas as cadeias logísticas necessárias para que o produto dos pequenos e médios empreendedores maranhenses possam alcançar mercados nacionais e, em escala crescente, internacionais.
Para continuar crescendo e acompanhando a demanda mundial, o Porto do Itaqui precisa de investimentos em infraestrutura, como mais berços e retroárea, todos de grande porte. Para isso são necessárias parcerias com o Governo Federal, a exemplo dos investimentos do PIL. “O Maranhão quer e merece um porto moderno e seguro que possa atuar como ferramenta estratégica de desenvolvimento para toda a região e para o Brasil”, diz Ted Lago.
Melhorias nos terminais de ferryboat
Outro grande desafio para a Emap nestes primeiros seis meses foi o de fazer melhorias nos terminais de passageiros que administra, com atenção à segurança e ao bem estar dos usuários. Grandes avanços agora são realidade.
O Terminal da Ponta da Espera ganhou sala de informações que funciona 12 horas por dia, inclusive nos fins de semana, para atendimento presencial, prestando informações e esclarecendo dúvidas. Portões e guarita de venda de passagens foram instalados, assim como um sistema de TV que informa horários de chegada e partida das embarcações.
O atraso médio caiu de 15 para 3 minutos. Além disso, foram finalizados os projetos de recuperação das rampas e o de criação de um espaço de lazer na área de espera, que logo sairão do papel e também serão parte da realidade dos passageiros que viajam de ferryboat.
Fora as obras de infraestrutura, a gestão buscou parcerias com órgãos e instituições em ações conjuntas. Um exemplo é a ampla força tarefa empreendida durante os períodos de maior fluxo de passageiros: Carnaval e Semana Santa, quando houve participação do Detran, Corpo de Bombeiros, Polícia Militar e Polícia Rodoviária Federal, das secretarias Municipal de Trânsito e Transporte e de Estado da Cultura.
Outro exemplo foi a instalação de um posto do Juizado da Infância e Juventude que desde o último sábado (4) está em atividade no Terminal da Ponta da Espera.
Regulamentação
Foi em parceria com Agência Estadual de Transporte e Mobilidade Urbana (MOB) que o maior desafio começou a ser enfrentado. A MOB regulamentou, em abril, o Serviço Público de Transporte Aquaviário Intermunicipal de Passageiros, Cargas e Veículos do Maranhão. O regulamento determina que a concessão se dará por meio de licitação e atribui direitos e deveres das concessionárias. O pregão está previsto para o segundo semestre de 2015.
O Terminal do Cujupe recebeu melhorias pontuais, enquanto é finalizado o projeto de construção de um novo terminal. A área ganhou sistema de TV para monitoramento dos horários, o box da PM foi recuperado, bem como a pintura e a iluminação. O novo Cujupe terá salas de atendimento, banheiros e lanchonetes, além de espaço adequado para vendedores ambulantes dentro do terminal.
São José de Ribamar e Alcântara
O estudo preliminar do Projeto de Requalificação do Cais de São José de Ribamar, também está pronto e será apresentado, oficialmente, ao prefeito Gil Cutrim ainda nesta semana. O cais será revitalizado e urbanizado em um projeto que prevê melhorias na área do entorno, entroncamento, ponte e píer do cais, restauração da iluminação, pavimentação e recuperação estrutural, construção de uma área de passeio público com praça, arborização, ciclovias e academia ao ar livre. Além disso, está prevista a instalação de um posto policial. Além disso, a Emap também está apoiando a execução do projeto para melhorias no Porto de Alcântara.