CULTURA POPULAR

Festa dos miolos de bumba-boi acontece nesta sexta-feira no Centro Histórico

Cerca de 150 miolos estão reunidos, desde às 9h, no Canto da Cultura (Praia Grande). A animação será compartilhada com o público em cortejo especial nas ruas do Centro Histórico

Foto: Honório Moreira / O Imparcial.


Honório Moreira / O Imparcial

A beleza e a coreografia, mais uma vez, será compartilhada com o público em cortejo especial nas ruas do Centro Histórico

Dez anos mostrando a cara que há por debaixo de um importante personagem do bumba meu boi. 10 homenageados. Uma década de exposição de couro de boi. A décima edição do Encontro de Miolos de Boi acontece hoje, dia 10, desde às 9h, no Canto da Cultura (Praia Grande) e reunirá pelo menos 150 miolos. Haverá também a participação das bandas da Guarda Municipal, do 24º BC do Exército Brasileiro e da Banda do Bom Menino. O ponto alto do evento é às 17h quando os miolos desfilam pelas ruas do Centro Histórico em direção à Praça Pedro II.

Foto: Honório Moreira / O Imparcial.


Honório Moreira / O Imparcial

A festa dos miolos de bumba-boi

O boi é o personagem central da manifestação folclórica mais importante da cultura popular maranhense. Feito de madeira e bordado com tecido, fitilhos, canutilhos, miçangas e outros adereços, ele ganha vida e movimento com a ajuda de um dançarino, chamado de “miolo”.

Miolo é o brincante do bumba-meu-boi que fica embaixo do boi. Ele é quem baila, dança, ginga, brinca com os outros integrantes do grupo, que dá vida ao boi. Sem ele… “Sem miolo o boi não dança. Há 10 anos fazemos essa homenagem aos miolos, esse personagem anônimo, que ninguém vê a cara. Dez anos tirando o miolo do anonimato. Nesse dia eles são os protagonistas, eles mostram a cara. Além de ser um encontro de todos eles coroando o fim da temporada junina”, comenta o idealizador e produtor cultural Zé Reis.
Será a oportunidade do público apreciar vários bois ao mesmo tempo percebendo a singularidade, característica, beleza e o toque mágico das bordadeiras impresso em cada pequeno detalhe do couro de boi. O evento segue até as 18h e durante todo o dia exposição das capoeiras (armação de madeira) dos bordados de couro de bois de vários sotaques mostram a riqueza dos bordados que faz parte de uma arte passada de geração a geração.
Homenagens aos 10 anos
Foto: Honório Moreira / O Imparcial.


Honório Moreira / O Imparcial

A festa dos miolos de bumba-boi é uma oportunidade do público apreciar vários bois ao mesmo tempo

Nos últimos dois anos o Encontro de Miolos homenageou dois miolos já falecidos. Este ano, não. A homenagem vai para dez miolos que sempre marcaram presença no evento desde o início quando ainda era realizado no bairro do Maiobão.

Ronaldo Santos, miolo do Boi de Pindaré, brinca embaixo do boi há 22 anos e será um dos homenageados do Encontro. Ele começou no bumba-meu-boi como vaqueiro e ao ser miolo pela primeira vez no Boi da Areinha (zabumba), sabia que ia ser miolo para sempre.
“Acho bonito, gostoso dar vida ao boi. E recebo essa homenagem com muita alegria, já que passamos uma temporada toda anônimos. Agora é hora da gente aparecer”, assegura.
Atuar como miolo de boi parece uma vocação inexplicável dentro da brincadeira do bumba-meu-boi e uma vocação talentosa. Mas alguns requisitos tem que ser atendidos: além da vocação, prazer, gingado e responsabilidade. O personagem especial que movimenta as festas juninas praticamente não aparece, mas fica satisfeito em fazer o boi aparecer.
Arthur Costa, miolo do Boi Brilho da Liberdade, não se importa de estar na função há 13 anos sem ser visto. Ele é um dos homenageados deste ano e está como miolo deste que tinha 12 anos. Arthur também começou como vaqueiro e já passou por bois de todos os sotaques: Boi de Leonardo (zabumba), Novilho Branco (alternativo), Madre Deus (matraca) e Oriente (baixada).
“Não tem problema eu não ser visto. Sei que estou fazendo meu trabalho. Tenho gingado em todos os sotaques e é o que eu sei fazer de melhor. Para ser um bom miolo tem que saber o gingado, dançar com os vaqueiros, saber a hora certa de sair sem tropeçar nos outros… é uma grande preparação para ficar a noite inteira. Acho justo esse Encontro e fiquei feliz de saber que serei um dos dez homenageados, pois participo desde o início.
O Encontro
O projeto inicialmente era realizado no Maiobão e mais recentemente, nas últimas sete edições, se mudou para Praia Grande. Antes o trajeto do cortejo cultural era da Deodoro para a Praia Grande, agora é da Praia Grande para a Praça Pedro II.
Zé Reis conta que o projeto se deu quando ele ainda era coordenador dos Vivas, à época um cargo da Secretaria de Estado da Cultura. Na época eu vivi essa cultura mais de perto e observei a importância que tem esse personagem dentro do boi, mas que não é visto.”
 
Miolos homenageados
Ribinha
Zequinha
Tapó
Bida
Pepé
Ronaldo
Hugo
Arthur
Rodrigo
Binga
 
 
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