AÇÃO SOCIAL

Dependência Química: Tratamentos para uma nova vida

Ex-dependentes químicos trabalham com vendas em ônibus da capital para ajudar instituição

Foto: Diego Chaves/ O Imparcial.


Diego Chaves/ O Imparcial

Instituição Manassés – Centro de Recuperação

Jhonatan Sá, 22 anos, natural de Manaus é viciado em cocaína e álcool há seis anos. Há menos de um mês ele iniciou um tratamento para se livrar do vício na Instituição Social Manassés, voltada para dependentes químicos.

O jovem conheceu a instituição através de sua mãe. Ela soube do trabalho de recuperação ao comprar um kit dentro do ônibus, onde os “vendedores” deram os seus depoimentos sobre experiência do envolvimento com drogas e como a instituição foi fundamental para a recuperação.
“Comecei há pouco tempo o tratamento e já me sinto bem. Minha mãe me levou até a Manassés em Manaus, e eles me enviaram a São Luís para ficar longe das influências de casa. Para que tudo isso acontecesse, eu concordei com as condições e compreendi que as drogas não eram a melhor saída”.
Assim como vendedores de doces, revistas e outros produtos, em São Luís os membros da instituição, vendem pequenos kits com canetas, grafites e um informativo sobre a entidade. O dinheiro arrecadado é utilizado para manter o tratamento de centenas de jovens em recuperação.
Apenas homens são acolhidos, a maioria tem idades que variam entre 18 a 42 anos. Eles geralmente entram nos ônibus distribuem seus kits para cada passageiro e após a distribuição os jovens falam um pouco sobre suas vidas e principalmente sobre o tratamento. Funciona como uma espécie de voto de confiança, que é dado pelo instituto que possui a certeza que o dinheiro arrecadado não terá outro destino.
Foto: Diego Chaves/ O Imparcial.


Diego Chaves/ O Imparcial

Instituição Manassés – Centro de Recuperação

O diretor da Instituição Social Manassés no Maranhão, Allan Xavier, foi usuário de drogas por anos e afirma que só conseguiu a reabilitação após entrar na instituição. Segundo ele, o foco é a recuperação e não a formação de “vendedores ambulantes”.

“Nós sabemos quantos kits são entregues para cada um, então quando eles chegam aqui comparamos o valor arrecadado com o material entregue. Às vezes um deles esquece de pegar o produto de volta da mão de alguém, ou os passageiros levam sem que eles percebam. No entanto, quando desaparece uma quantidade muito grande de kits passamos a desconfiar e não enviamos mais aquela pessoa para rua”.
Foto: Diego Chaves/ O Imparcial.


Diego Chaves/ O Imparcial

Instituição Manassés – Centro de Recuperação

Carlos Ferreira, 28 anos, natural do Rio de Janeiro, há três anos está na instituição. Ele usufrui do tratamento avançado e também ajuda na coordenação do instituto. “Eu sempre vi o pessoal da Manassés dentro dos coletivos, porém sempre achei que tudo fosse uma grande mentira. Depois que perdi praticamente tudo na vida, me dirigi ao instituto para pedir ajuda, e aqui estou reabilitado. Trabalho no que for preciso na entidade”, disse Carlos.

Tratamento
A Instituição Social Manassés possui 21 unidades espalhadas pelo país. O tratamento é dividido em duas fases: na primeira acontece a desintoxicação. Este processo é feito totalmente dentro das dependências da organização, onde os residentes realizam atividades de laborterapia. Participam de cultos, reuniões, palestras, dinâmicas em grupos e individualmente. Na segunda fase de tratamento é realizada a reintegração social, onde os residentes participam de atividades coletivas e individuais de divulgação dos informativos.
Todos os processos de recuperação são assistidos por profissionais como médicos e psicólogos que são responsáveis pela reabilitação, conscientização e a reintegração social. O diagnóstico estabelece o tratamento adequado para cada caso, por este motivo o índice de recuperação é de quase 100%, afirma Xavier. Colaboradores qualificados ajudam a manter a ordem no local.
“As pessoas que estão nas ruas vendendo os nossos kits, já passaram por todo um processo de desintoxicação e estão confiantes que não irão cair no vício novamente. O tratamento, dependendo de cada um, pode levar meses ou até mesmo anos. Não podemos estipular um prazo para que alguém esteja totalmente recuperado”, pontua Allan Xavier.
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