Na Unidade Prisional de Ressocialização (UPR), de Paço do Lumiar, a Semana do Idoso foi encerrada com palestra motivacional, e na unidade do Olho d’Água um animado arraial marcou a manhã de sexta-feira, 19. Os dois eventos foram organizados pela Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Sejap) e ganharam parceria da Defensoria Pública do Estado e da Ouvidoria da Sejap.

A assistente social, Natália Tinoco, da Defensoria Pública do Estado (DPE), falou para 17 dos 35 dos internos da UPR de Paço do Lumiar, explorando os aspectos mais vulneráveis da velhice. Apesar de a unidade só alojar três idosos, ela afirma que as orientações servem para o aprendizado humano de todos os detentos. “Eles associam com a mãe, a avó, um vizinho e comentam isso”, disse ela.

Como o tema é social, a ideia é ampliar ao máximo o interesse e a conscientização para combater os maus tratos e a violência contra idosos. A campanha da DPE percorre escolas, instituições e centros de apoio a idosos todos os anos, e dessa vez, encerrou a campanha com os internos de Paço do Lumiar a convite do diretor da UPR, Márcio Reis. “Faço questão de trazer eventos assim porque ajudam na disciplina e estimulam os internos a pensar no mundo lá fora”, afirma.

Márcio Reis apontou quatro iniciativas de sucesso que mantém na Unidade: o programa de saúde, o atendimento jurídico, a escola e a oficina de artesanato. A UPR de Paço do Lumiar é uma referência no sistema prisional do estado por não ter nenhum registro de morte ou fuga, de disputas entre internos nem de entrada de drogas ou celulares. “O ambiente aqui é de ressocialização mesmo, na prática. Os internos já chegam aqui com essa informação”, declarou Reis.

Enquanto os detentos da UPR de Paço do Lumiar participavam da palestra, 35 dos 178 internos da UPR do Olho d’Água tiveram direito a um legítimo arraial junino com quadrilha, dança da fita, comida típica e a presença da família. Com parceria da Ouvidoria da Sejap, a festa foi organizada pela terapeuta Socorro Cardoso e a equipe técnica da UPR.

Durante 20 dias, dos ensaios até a decoração, sete profissionais dividiram as tarefas e, no final, a satisfação de ver os detentos surpresos com a festa que reuniu mais de 80 pessoas, incluindo visitantes. “Adorei, mas só participei vendo e comendo”, brincou meio acanhado o detento Antonio Teixeira que recebeu a mulher no arraial. Ali também o diretor Raimundo Fonseca mantém atividades permanentes de reinserção já tranquilamente incorporadas pelos detentos.São o coral, a terapia ocupacional e a escola.