O Governo do Estado, por intermédio da Secretaria de Estado de Educação (Seduc) firmou, nesta segunda-feira (1º), parceria com a Organização Repórter Brasil para o desenvolvimento do projeto “Escravo, nem pensar!”, em escolas do sistema estadual de ensino do Maranhão. O objetivo é garantir o processo formativo de gestores para atuarem como agentes multiplicadores de prevenção ao trabalho escravo, mobilizando as comunidades escolares.
Ao assinar o termo, a secretária de Educação, Áurea Prazeres, destacou a contribuição do projeto para o processo educativo em escolas maranhenses, além de contribuir para o alcance de umas das metas do governador Flávio Dino, que é retirar o Maranhão do mapa do trabalho escravo no país. “O projeto tem como enfoque pedagógico o combate e prevenção do trabalho escravo e fomentará a produção de projetos pedagógicos e práticas educativas sobre essa temática, contribuindo para que o Estado saia do cenário de trabalho escravo”, explicou.
O projeto será desenvolvido em 316 escolas de 72 municípios, de sete Unidades Regionais de Educação (UREs), cujos municípios foram identificados pela Ong, com maior foco de trabalho escravo. Entre as regionais estão Açailândia, Imperatriz, Santa Inês, Codó, São João dos Patos, São Luís e Balsas. O Maranhão ocupa a 5ª posição no ranking do trabalho escravo no país.
“É extremamente importante que a Seduc, seja protagonista nesse trabalho, que é de prevenção à escravidão contemporânea, do qual muitos de nossos estudantes enfrentam”, ressaltou a supervisora de Educação Escolar Quilombola e Relações Étnicos Raciais da Seduc, Georgiana Santos.
A coordenadora do projeto, Natália Suzuki, destacou que o processo formativo de gestores será desenvolvido até junho de 2016, com atividades sob uma abordagem do trabalho escravo contemporâneo na escola e comunidade. “Um dos objetivos é institucionalizar esse tema do trabalho escravo no sistema estadual de ensino”, realçou.
Para discutir a metodologia e implantação do projeto, técnicos da Seduc reuniram com a equipe da Repórter Brasil em uma oficina, nesta segunda, e discutiram a questão do trabalho escravo contemporâneo e temas correlatos, além disso, foram apresentados os materiais didáticos sobre o assunto.
O “Escravo, nem pensar!” já beneficiou 37 municípios de seis estados: Maranhão, Piauí, Bahia, Pará, Tocantins e Mato Grosso. É considerado o primeiro programa de prevenção à escravidão de âmbito nacional, pelo governo federal brasileiro e por entidades participantes da Comissão Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo.
Para aprimoramento do programa são firmadas parcerias com entidades da sociedade civil e com as secretarias de educação estaduais e municipais, que fornecem apoio local com hospedagem, alimentação, liberação dos professores e a infraestrutura necessária para que aconteçam as formações.