Na manhã destas quarta-feira, 10, 26 lideranças quilombolas, indígenas e camponesas iniciaram uma greve de fome na sede do Incra, onde estão acampadas desde a última segunda-feira. Em 2011, depois de 12 dias de ocupação, dois padres da Comissão Pastoral da Terra (CPT), e 17 lideranças quilombolas, todos ameaçados de morte, fizeram uma greve de fome no mesmo local que durou 36h, e só foi encerrada depois que representantes do Governo federal vieram ao Maranhão para negociar com os manifestantes.
Segundo os manifestantes, o estado brasileiro se manteve em silêncio perante estas graves violações aos direitos destes povos, 26 lideranças quilombolas, indígenas e camponesas decidiram em assembleia iniciar uma greve de fome, semelhante a realizada em 2011, a greve foi iniciada a partir das 7 da manhã do dia 10 de junho de 2015.
De acordo com os quilombolas, o Governo federal contratou 56 laudos antropológicos de comunidades, porém passados mais de 36 meses não foram concluídos. A fim de denunciar a indiferença e a violência promovida pelo Estado brasileiro, eles decidiram retomar a luta e iniciar uma nova greve de fome.
Ao mesmo tempo em que a Comissão Especial criada a Câmara trabalha para apresentar Relatório que deverá ser votado pelo plenário, um grupo de deputados e deputados ruralistas apresentam requerimento solicitando a abertura de CPI para investigar o INCRA e a Funai por conta da titulação de terras quilombolas e demarcação de terras indígenas.