Hoje é dia de São João Batista – 24 de Junho. É um momento de reflexão para a Igreja Católica neste que é chamado de Festas das Águas, onde a água simboliza o batismo. São João é apóstolo e primo de Cristo e foi quem o batizou nas águas do Rio Jordão. “Para os cristãos a mensagem é de renovação da fé, do batismo e que sigam o caminho da palavra de Cristo. É uma ocasião de festa e celebração de fé para os católicos”, destacou o pároco da Catedral da Sé, César de Sousa.

Para reverenciar o santo, as igrejas católicas da capital terão na programação missas, orações e batizados. Em especial nas congregações quadricentenárias que levam o nome do santo, localizadas no Centro e Vinhais, que além das atividades regulares, organizam ainda procissões e caminhadas. A Catedral da Sé, diferente dos anos anteriores, não terá festa, mas missa especial para o santo, a partir das 17 horas. “Não realizaremos festejos este ano. Esperamos fazer deste, um momento de reflexão, de pensar a fé e os votos de batismo”, disse padre César.

A tradição de acender fogueiras nesta data é a marca das comemorações do dia e simboliza a alegria pelo nascimento do santo. “As fogueiras representam a alegria do pai pela chegada do seu filho e se estende para o nascimento de uma criança – acontecimento que sempre é uma benção às famílias”, destaca o pároco. Segundo a crendice popular, teria iniciado no nascimento de São João Batista. Na ocasião, Maria (mãe de Jesus) foi visitar Isabel (mãe de João Batista) – ambas estavam grávidas. Quando João Batista Nasceu, o pai, Zacarias, acendeu uma fogueira para avisar do ocorrido e comemorar a chegada do filho. “Essa passagem não é citada na Bíblia, mas a Igreja Católica reconhece e respeita esse ritual popular”, explica o padre.

“Sou padrinho de várias fogueiras e nas proximidades sempre há várias acesas pelos populares no dia. Entendemos que atrai os fieis e estimula a participação nas atividades católicas desta data”, avalia. Padre César destaca ainda que as festas juninas são manifestações de alegria e de união popular protegidas e abraçadas por Cristo e referendadas pela Igreja Católica. Sobretudo por reunir a cultura – com o acendimento de fogueiras – e o religioso, com a memória do batismo, um dos mais importante sacramentos do catolicismo. O nome ‘Batista’ significa ‘quem batiza’ e foi São João Batista que batizou Cristo, no Rio Jordão.

No dia 29, segunda, é dia de São Pedro, o padroeiro dos pescadores. A data é feriado municipal na capital, de acordo com a Lei Municipal nº 3.432, de 6 de fevereiro de 1996. Por conta das comemorações do dia, não haverá expediente nos órgãos estaduais, conforme decretou o governo estadual. As festas a São Pedro iniciam ainda na noite do dia 28. É marcada pela reunião de grupos de bumba meu boi no largo em frente à capela que leva o nome do santo, na Madre Deus. Os brincantes sobem as escadas em ritual para agradecer, fazer promessas e pedidos, deixar oferendas e reverenciar São Pedro. As procissões marítimas também marcam as comemorações para o santo.

A festa de São Pedro emenda com a de São Marçal, dia 30 de Junho, e encerra oficialmente os festejos juninos. Este dia é marcado pelo Encontro dos Batalhões de Bumba Meu Boi, no bairro do João Paulo. Inicia às 6h da manhã e se estendendo até a madrugada do dia seguinte. Essa comemoração surgiu após as brincadeiras serem proibidas de seguirem para o centro da cidade, pois era alegado que poderia perturbar a ordem e o sossego de moradores e público geral. A festa, que completa 88 anos, cresceu e é tradição na capital reunindo mais de 30 batalhões e milhares de pessoas. Em 2006, a Prefeitura de São Luís atribuiu à Festa de São Marçal, através da lei Nº 4626 de 14 de julho, o título de bem cultural e imaterial, transformando a data no Dia Municipal do Brincante de Bumba Meu Boi. Anteriormente, havia sancionado a lei que alterou o nome da Avenida João Pessoa para São Marçal.