SÃO JOÃO
Arraial animou pacientes do Caps III e Residências Terapêuticas
Cada Residência Terapêutica tem atualmente 11 pacientes e, todos compareceram animados ao arraial
A última semana encerrou em clima de animação para pacientes, familiares e profissionais do Centro Estadual de Atenção Psicossocial (Caps III) – Dr. Bacelar Viana, voltado para pacientes com transtorno mental, e moradores das Residências Terapêuticas 1, 2 e 3. Durante toda a tarde de sexta-feira, dia 26, um arraial promovido pelo Caps III, em parceira com o SestSenast e Sesc, levou descontração e interação para cerca de 150 pessoas, no ginásio do SestSenast.
A expansão de serviços como os Caps e as Residências Terapêuticas, possibilitou a redução de milhares de leitos psiquiátricos no país. Os Serviços Residenciais Terapêuticos (SRT) no Brasil são considerados estratégicos e imprescindíveis no processo de reintegração daqueles que saíram de longas internações psiquiátricas e que perderam vínculos sociais e familiares.
“Trabalhamos para que eles sejam reinseridos socialmente, com a desinstitucionalização dos serviços de hospital psiquiátrico. Então, até fazer o arraial fora do ambiente do Caps é algo que consideramos um ponto alto, devido a eles terem contato fora do nosso território”, afirma Gabriele Guterres, coordenadora do Caps III. Segundo ela, os pacientes gostam muito das atividades em datas comemorativas e sempre participam, se caracterizam, os familiares se envolvem, fazendo desses momentos de interação muito importantes.
O arraial começou com a premiação da Rainha Caipira. Após um desfile em clima de festa, a paciente do Caps III, Cleize Regina Costa, que participou do concurso de ‘Rainha Caipira’ pelo segundo ano, foi eleita a mais bela. “O importante é brincar e se divertir! Conviver com o pessoal do Caps é muito legal. Me sinto especial e estou muito feliz por ter ganhado a faixa, porque sempre quis ser Rainha Caipira”, disse ela.
Cada Residência Terapêutica tem atualmente 11 pacientes e, todos compareceram animados ao arraial. Isabelle Rêgo, coordenadora da Residência Terapêutica Estadual 2, considera as atividades lúdicas como parte do processo de readequação do modelo de tratamentos psiquiátricos.
“Avaliamos essas atividades culturais como terapêuticas, a exemplo de outras atividades como visitas à praia, museus, etc. Cada vez mais eles estão exercendo a cidadania, e contribuir para isso é muito gratificante”, afirmou Isabelle.
A quadrilha ‘Vem quem quer’, composta por pacientes, familiares e profissionais de saúde, colocou todos para dançar ao som de músicas tradicionais da festa junina. Lúcia Martins, irmã do paciente Adimirar Martins, que há oito anos faz tratamento no Caps III, observava empolgada a coreografia que ele dançava. “Meu irmão era uma pessoa dependente em tudo, não falava e nem andava direito. Hoje, ele é sociável, tem autonomia e vai até sozinho para o Caps. Posso dizer que todo o trabalho que eles realizam é fundamental para mudar a vida deles e a nossa. Pois, se eles estão bem, nós também ficamos bem”, conta.
Também participaram da programação o Grupo Piaçaba e o Boi da 3ª idade Brilho do Sesc. O cantador do Boi Brilho do Sesc, Luís Carlos, conhecido artisticamente como ‘Vovô’, ressalta que participar do arraial é uma maneira de sinalizar que todo ser humano é importante na sociedade. “Trabalhamos com inclusão. O Boi Brilho do Sesc foi criado exatamente para isso, mostrar a relevância de todos. Acreditamos que ações como essa ajudam as pessoas que de alguma maneira se sentem excluídas”, completou o cantador.
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