Foi apresentado, na tarde desta terça-feira (19), o relatório parcial da quarta operação deflagrada somente em 2015 pela Polícia Civil no combate ao crime de agiotagem envolvendo prefeituras do Maranhão. Nesta etapa, o alvo foi a Prefeitura de Bacabal. Ao todo, foram cumpridos quatro mandados de prisão temporária e um de condução coercitiva. Foram presos o ex-prefeito de Bacabal, Raimundo Nonato Lisboa; o ex-presidente da Câmara dos vereadores de Bacabal, Manoel Moura Macedo; o ex-presidente da Comissão de Licitação, Aldo Araújo de Brito; e o dono de uma distribuidora de medicamentos, Francisco de Jesus Silva Soares. Também, foi cumprido um mandado de condução coercitiva em desfavor da ex-secretária Municipal de Cultura de Bacabal, Maria do Carmo Xavier. Todos foram conduzidos à sede da Seic.
O resultado da operação foi apresentado em coletiva de imprensa, na sede da Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP). Participaram da coletiva, o delegado geral, Augusto Barros; o adjunto da Polícia Civil, Lawrence Melo; e o promotor de Justiça do Ministério Público, Valentim Pinheiro.
A operação é coordenada pela Comissão de Investigação de Agiotagem, da Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic), com apoio do Grupo de Atuação Especial no Combate a Organizações Criminosas (Gaeco), do Ministério Público. Iniciada na terça-feira (19), a operação foi denominada ‘El Berite’, nome hebraico, que significa ‘Deus de Concreto’, em alusão a uma das empresas usadas para desviar recursos públicos. A ação é mais uma etapa no combate ao crime de agiotagem envolvendo prefeituras do Maranhão. Esta é a terceira operação desencadeada no mês de maio e a quarta deste ano. O delegado geral informou que mais de R$ 4 milhões foram movimentados de forma irregular.
De acordo com o delegado geral da Polícia Civil, Augusto Barros, a operação El Berite é mais uma etapa no combate à agiotagem no Maranhão, envolvendo várias empresas, inclusive de construção civil. “As operações são parte da política de combate à corrupção do governo Flávio Dino. Nosso objetivo é responsabilizar gestores, ex-gestores públicos e particulares que formam quadrilhas especializadas em fraudar processos licitatórios e desviar recursos públicos”, pontuou. O delegado geral destacou que essa etapa ainda não foi concluída, e que diligências ainda estão sendo realizadas no interior. “O objetivo é localizar determinadas pessoas para ouvi-las e interroga-las” informou.
O promotor de Justiça Valentim Pinheiro, destacou a atuação conjunta da Polícia Civil com o Ministério Público. “Parceria de algum tempo e que estamos mantendo com resultados muito satisfatórios. Além da prisão dos envolvidos, foi realizado o sequestro e bloqueio dos bens dos presos”, evidenciou.
Combate contínuo à agiotagem
No dia 5 de maio foram deflagradas as operações ‘Morta-Viva’ e ‘Maharaja’, envolvendo as prefeituras dos municípios de Marajá do Sena, Bacuri e Zé Doca, que culminou com as prisões do prefeito de Bacuri, Richard Nixon Monteiro dos Santos; o prefeito e o ex-prefeito de Marajá do Sena, Edvan Costa e Perachi Roberto Moraes, respectivamente; o contador da Prefeitura de Marajá do Sena, José Epitácio Muniz Silva, o Cafeteira; e Josival Cavalcanti da Silva, o Pacovan, apontado como agiota nas investigações.
A 1ª operação deflagrada neste ano no combate ao desvio de recursos públicos ocorreu no dia 31 de março, denominada ‘Imperador’. A ação culminou com a prisão temporária da ex-prefeita de Dom Pedro, Arlene Barros; e do filho dela, Eduardo Barros, apontado nas investigações como o líder do grupo.