ABANDONO

Obras que estão paradas há anos tornam-se moradia para desabrigados

A Blitz Urbana é acionada para realizar a identificação do proprietário desse imóvel

Esqueletos urbanos de São Luís

Acúmulo de lixo e entulho. Faltam paredes, tinta e reboco. Observa-se apenas a estrutura de metal do que era para ser um prédio. Contudo, mais parece a organização de um esqueleto em meio ao cenário urbano de São Luís. Obras de propriedade privada estão sem término há anos e tornaram-se moradia para desabrigados, além de ponto para uso de drogas ilícitas. Do outro lado, o poder público afirma planejar solução para este abandono.

Muitos destes esqueletos urbanos podem ser considerados fósseis de tão antigos na capital, alguns estão em tais condições há quase 10 anos, virando até “cartão postal” da cidade. É o caso do chamado “balança mais não cai”, situado na Avenida do São Francisco. O prédio já é conhecido dos ludovicenses e dos comediantes fora De São Luís, que já o citaram em seus espetáculos, provando que a situação de alarmante virou comum e até cômica.
“É tão conhecido que já é impossível não citá-lo até como ponto de referência. Mas a situação não devia ser vista como brincadeira. Há pessoas sem abrigo que moram ali, já que os proprietários o deixaram ali com a obra inacabada. E o poder público não faz nada”, afirma o vendedor, José Dantas, morador de uma rua próxima ao prédio.
Além do famoso “Balança, mas não cai”, a reportagem encontrou mais prédios em situação parecida. Outro que aparenta ser tão antigo quanto, situa-se próximo ao elevado da Cohama. O prédio que era o antigo espaço da Telemar, hoje serve para a prática eventual do esporte rapel, já que, uso comercial ele não possui mais.
Mais a frente, também a vista de todos que passam pela Avenida, no retorno do bairro Vinhais, outro prédio, ao lado do posto de gasolina, também ficou apenas com as vigas de ferro e um pouco de concreto. Ali, podem-se encontrar usuários de drogas, além da sujeira e do mato que já cresceu e tomou conta do lugar.
Outro também no mesmo estado encontra-se no bairro do renascença, ao lado do Ceuma, mas, neste caso, serve para estacionamento improvisado de carros e demais veículos. No bairro do Bequimão, o que era para ser um condomínio residencial de prédios, também virou um cemitério de tijolos.
Semurh garante demolição do “Balança, mas não cai”
Questionada pela reportagem sobre a situação dos prédios, a Secretaria Municipal de Urbanismo e Habitação (Semurh) informou, por meio de nota, que a Blitz Urbana atua frequentemente, no que se refere à fiscalização de prédios abandonados, inclusive por meio de denúncias da população.
A Semurh esclareceu ainda que ao receber qualquer tipo de reclamação, a Blitz Urbana é acionada para realizar a identificação do proprietário desse imóvel, para que sejam tomadas as devidas providências. Até o momento, na atual gestão, não houve caso de perda de propriedade de imóvel para o poder público. Já em relação ao prédio “Balança, mas não cai”, citado na reportagem, a secretaria garantiu que o prédio será demolido.
Vereador quer transformar prédios abandonados em casas estudantis
Em fevereiro deste ano, o vereador Pedro Lucas Fernandes (PTB), em discurso na tribuna, pediu ao Prefeito que, através da Subprefeitura, e em parceria com o Governo do Estado, pusesse em prática a Lei nº 4.478/2005, que prevê a perda de propriedade de imóveis urbanos abandonados para transformá-los em casas de estudantes.
“É necessário lançar o olhar sobre estes lugares que, além de não estarem sendo utilizados há anos, acabam deteriorando a própria arquitetura da cidade. Temos uma lei para mudar esta realidade e ainda suprir uma demanda necessária de incentivo aos estudantes. Vamos fazê-la valer.”, declarou o vereador de São Luís.
Ele afirmou ainda que o subprefeito da cidade, Fábio Henrique Carvalho mostrou-se muito animado com a ideia, que, por enquanto volta-se para o centro histórico da cidade. “Ainda vamos estudar por completo a lei e verificar se ela se estende aos demais prédios particulares que estão abandonados na cidade e aplicar esta ideia”, explica.
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