PREVENÇÃO

Medidas adotadas pelo estado devem reduzir índice de mortalidade materna no Maranhão

A taxa considerada aceitável pela OMS é de 20 por 100 mil. Mesmo assim, o Brasil colocou como meta chegar a 35 óbitos maternos para cada 100 mil

Foto: Francisco Campos.


Francisco Campos

Dia Nacional pela Redução da Mortalidade Materna

O Governo do Maranhão está reforçando as medidas para a redução do índice de mortalidade materna no Maranhão, especialmente nesta quinta-feira (28), Dia Nacional pela Redução da Mortalidade Materna, que tem como foco principal divulgar os direitos das mulheres à saúde e à maternidade segura. Os últimos dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que a taxa de mortalidade caiu de 120 mães por 100 mil nascidos vivos para 69 mães por 100 mil nascidos vivos.

 
A taxa considerada aceitável pela OMS é de 20 por 100 mil. Mesmo assim, o Brasil colocou como meta chegar a 35 óbitos maternos para cada 100 mil nascidos vivos até o final do ano. No entanto, o índice ainda está em torno de 62 mortes por 100 mil, o que significa que o país ainda está longe de conseguir alcançar a meta.
 
No Maranhão, segundo o Departamento Estadual de Atenção à Saúde da Mulher, em 2014, 86 mulheres morreram por complicações no parto, durante ou após a gestação.
 
Nesse contexto, o Governo do Estado do Maranhão engaja-se para conseguir reduzir os números no estado. Através da Secretaria de Estado da Saúde (SES) e da Secretaria de Estado da Mulher (SEM), foram adotadas estratégias para garantir o acesso universal a serviços qualificados de assistência materno infantil.
 
“Uma das prioridades da gestão Flávio Dino é a atenção à mulher, e em especial a gestante. Como metas, temos o plano emergencial para potencializar maternidades de risco habitual cirúrgico e não-cirúrgico, o plano estratégico de enfrentamento da mortalidade nas mais diversas regiões de saúde, que vem para reduzir esses números da mortalidade materna, e o comprometimento com os municípios por um pré-natal de qualidade”, explica Marcos Pacheco, secretário Estadual de Saúde.
 
Ao serem feitas as avaliações dos óbitos, fica claro a ausência do pré-natal. Por isso, torna-se necessária, parcerias com os municípios, pois eles são responsáveis pela identificação do risco de forma precoce para encaminhar a uma referência de atendimento especializado.
 
Quando falta um acompanhamento eficaz, a gestante chega à maternidade em um quadro de complicação que, por vezes, torna-se difícil reverter, como explica Edson Brandão, diretor do Hospital e Maternidade Estadual Marly Sarney. “Na verdade, a maternidade é o ponto final de uma estrada que a gestante percorre por nove meses, onde há muita coisa que precisa ser feita durante esse período e, quando não é feita, a maioria das vezes não tem como reverter no momento do parto, um exemplo são as complicações inerentes a pressão alta”, diz ele.
 
Para qualificar a gestação e preservar a vida de mães e bebês a maternidade tem implementado algumas ações desde o início do ano. Foi adotado em primeira instância o acolhimento com classificação de risco, onde é priorizado o atendimento às pacientes emergentes. Também foi criado o vínculo do médico pré-natalista com a gestante, feito investimento na capacitação dos profissionais, realizando treinamentos internos e discutindo implantação de protocolos que já estão sendo utilizados para uniformizar a conduta na hora do atendimento.
 
A dona de casa Maria Cristina, 35, aos sete meses, está em uma gestação de risco. Ela procurou a assistência médica da maternidade após sentir-se mal, e foi diagnosticada com pedra na vesícula, alto teor de anemia e infecção urinária. Hoje faz acompanhamento duas vezes ao mês. “Comecei fazendo no posto de saúde, mas depois tive que mudar. Acho muito bom o pré-natal para prevenir doenças graves e cuidar da mãe e do filho. Descobri que eu estava grávida no segundo mês e nem sabia que tinha pedra na vesícula. Se não soubesse, poderia ter que tirar o bebê antes dos seis meses”, conta.
 
Outra estratégia da SES para enfrentamento da mortalidade materna é a implementação da Rede Cegonha nas Regiões de Saúde, através da cooperação técnica e apoio institucional entre o Estado e os Municípios, garantindo acesso a assistência pré-natal qualificada, a serviços de referência para pré-natal de alto risco e parto de risco habitual. Ampliação de leitos obstétricos e leitos neonatais, além de iniciar o modelo de boas práticas de assistência ao parto na rede SUS e da regulação obstétrica – acabando, dessa forma, com a peregrinação das mulheres na hora de encontrar um hospital para realizar o parto.
 
A cidade de Alto Alegre será pioneira no projeto que transformará o hospital regional em uma maternidade de alto risco, dando cobertura para as regiões de Codó, Pedreiras, Santa Inês e Presidente Dutra. Esse projeto foi iniciado no mês de maio e a projeção é que no início de 2016, o hospital já esteja funcionando como maternidade. Da mesma forma, o Governo do Estado está apoiando a maternidade Carmosina Coutinho, na cidade de Caxias, e isso se desdobrará a outras regiões prioritárias, como Imperatriz, Barra do Corda e Balsas, áreas consideradas críticas no que diz respeito a assistência materno infantil.
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