Começou no Twitter e se espalhou pelos grupos de WhatsApp um vídeo com suposta denúncia da família de uma idosa que teria sido levada por parentes a um hospital da rede estadual, localizado em São Luís.

Segundo as publicações, em um retorno à unidade de saúde, os parentes foram informados que ela havia falecido em decorrência do novo coronavírus (Covid-19) e, então, eles se dirigiram ao necrotério, onde teriam aberto um saco no qual estaria o corpo da idosa. Qual não foi a surpresa – e espanto – quando viram que a paciente ainda respirava!

De fato, a situação retratada no vídeo ocorreu, porém, não no Maranhão, mas no Pará, onde autoridades locais esclareceram algumas informações.

Portanto, é fake news a notícia que fala do caso como sendo na capital maranhense. Importante frisar que os esclarecimentos das autoridades paraenses também confrontam a versão de que a paciente estivesse viva no necrotério.

As imagens se passam nas instalações do Hospital Abelardo Santos, localizado no distrito de Icoaraci (Belém). A Direção da Santa Casa de Pacaembu, órgão responsável pela gestão da unidade de saúde, esclareceu por meio de nota que em nenhum momento a paciente foi encaminhada para o necrotério e a estrutura que vem sendo retratada pela publicação como o “saco” que embalaria seu corpo, trata-se de um aparato de suporte de transferência entre macas, que aponta ser comum em hospitais.

A nota revela, ainda, que após dar entrada no hospital na segunda-feira (4) em estado gravíssimo, a paciente aguardava internação e, no dia seguinte, o quadro dela se agravou. Após avaliação médica, a idosa foi encaminhada para uma sala destinada a pacientes críticos e veio a óbito no local.

Ainda por meio da nota, o órgão aponta que a imagem circula pela internet ilegalmente e que já foi aberto procedimento interno para identificar o vazamento da imagem. “Isso é considerado uma atitude antiética, desumana e passível de punição penal”, confirma o informe, apontando também que a Direção da Santa Casa de Pacaembu “lamenta profundamente o ocorrido e a má utilização da imagem da paciente por pessoas que não respeitaram a dor da família, que está recebendo todo o apoio da instituição.”