tráfico de drogas

Aeroporto de São Luís foi utilizado pelo PCC para transportar quase uma tonelada de cocaína à Europa

A operação foi liderada pelo comandante do PCC, Willian Barille.

Foto: Reprodução

Uma investigação realizada pela Polícia Federal indicou que São Luís, capital do Maranhão, foi um dos locais estratégicos utilizados pela organização criminosa liderada por Willian Barille, o “faz-tudo” do Primeiro Comando da Capital (PCC).

O grupo, responsável por movimentar aproximadamente R$ 2 bilhões no sistema financeiro do Brasil, também usava o Aeroporto Internacional Marechal Cunha Machado como um dos pontos de partida para o envio de cocaína para a Europa.

De acordo com as investigações, aviões particulares decolavam de diversos locais com grandes quantidades de drogas, escondidas em compartimentos secretos.

Em uma dessas operações, um avião partiu de São Luís com destino a Bruxelas, na Bélgica, transportando aproximadamente uma tonelada de cocaína. No decorrer do voo, há evidências de que a equipe chegou a debater sobre o peso excessivo da carga ilícita.

De acordo com as mensagens interceptadas pela PF, o piloto do avião relatou dificuldades para decolar devido ao excesso de peso. “Acho que foi Deus que levantou ele. Um sopro divino”, disse o piloto. Barille, conhecido por seu tom irônico, respondeu: “E a consciência dos que tão dentro pesa quanto Kkkkkkkk”

As atividades do PCC tinham o suporte de uma rede de criminosos que facilitavam o transporte e a exportação das drogas. Jefferson Barcelos de Oliveira era um dos aliados de Barille, encarregado de organizar carregamentos ilegais e corromper os funcionários de portos e aeroportos. Barcelos foi morto em 2020 a mando de Barille, após o roubo de um carregamento de 770 kg de cocaína.

As pesquisas indicaram que Barille mantinha vínculos com a máfia italiana, particularmente com o grupo Ndrangheta, uma das principais organizações criminosas da Europa. O plano envolvia negociações diretas com traficantes internacionais, assegurando que as cargas fossem enviadas do Brasil de maneira segura e alcançassem o mercado europeu sem serem interceptadas.

As investigações, com o apoio de autoridades italianas, tiveram início em 2020 e mostraram que Barille e seus colaboradores utilizavam um aplicativo criptografado, o SKYECC, para se comunicarem e organizarem o envio das drogas.

Essas mensagens desvendaram não só detalhes das atividades de tráfico, mas também estratégias para libertar Gilberto Aparecido dos Santos, o “Fuminho”, um dos líderes mais proeminentes do PCC preso em Moçambique, na África.

A Polícia Federal também descobriu que a organização usava empresas fictícias para ocultar o dinheiro ganho com o tráfico, movimentando aproximadamente R$ 2 bilhões no sistema financeiro do Brasil.

No último mês do ano passado, uma ação da Polícia Federal teve como alvo Barille, culminando em buscas e apreensões em vários locais, incluindo uma mansão em Alphaville, São Paulo, e outra casa luxuosa em Florianópolis.

O criminoso permaneceu foragido por mais de um mês antes de se entregar perante a Justiça. Durante a audiência de custódia, ele negou a participação em ações ilegais e afirmou desconhecero uso do aplicativo criptografado.

“Willian Barille desconhece o SKYECC, ele nunca utilizou esse telefone criptografado, e nunca praticou nenhum ato ilícito, muito menos tráfico de drogas”, afirmou Eduardo Maurício, advogado de Barille.

VER COMENTÁRIOS
Polícia
Concursos e Emprego
Esportes
Entretenimento e Cultura
Saúde
Negócios
Mais Notícias