General reformado tentou criar narrativa para culpar Flávio Dino pelos atos 8 de Janeiro, diz PF
Entre os materiais recolhidos estava um caderno que detalhava supostas conexões e estratégias do grupo.
A Polícia Federal (PF) identificou o general reformado Mário Fernandes como peça central de uma estratégia para construir uma narrativa que atribuísse ao então ministro da Justiça, Flávio Dino, a responsabilidade pelos atos de vandalismo no dia 8 de janeiro de 2023.
A conclusão consta na versão final do inquérito que investiga os eventos daquele dia, quando radicais invadiram e depredaram os prédios dos Três Poderes, em Brasília.
De acordo com a PF, documentos apreendidos em poder de Mário Fernandes revelam a tentativa de imputar a Dino uma suposta omissão diante dos ataques.
“Nos materiais físicos apreendidos em poder de Mário Fernandes foram identificadas anotações que demonstram a atuação do investigado para criar narrativa com a finalidade de tentar atribuir ao então ministro da Justiça a responsabilidade por omissão na tentativa de golpe de estado no dia 8 de janeiro de 2023”, aponta o relatório da PF.
Entre os materiais recolhidos estava um caderno que detalhava supostas conexões e estratégias do grupo.
Um dos trechos fazia referência ao senador Marcos do Val (Podemos-ES) e indicava a intenção de associar Flávio Dino (“FD”) ao presidente Lula (“L”) e ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes (“AM”).
PLANO DE ATAQUE
A investigação também aponta Mário Fernandes como o idealizador da operação “Punhal Verde e Amarelo”, um plano que teria como objetivo assassinar o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes após as eleições de 2022.
Além de tentar incriminar Flávio Dino, o inquérito indica que Marcos do Val teria como papel “descredibilizar o ministro Alexandre de Moraes”.