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Troca de comando da ANP opõe Minas e Energia e Petrobras

A ANP já incluiu novas bacias na região entre as prioridades do calendário de estudos geológicos e econômicos de 2025.

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A sucessão no comando da ANP está colocando em lados opostos o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e a presidente da Petrobras, Magda Chambriard. Silveira, como se sabe, quer emplacar no cargo Pietro Mendes, secretário nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis e presidente do Conselho da
Petrobras.

Ocorre que, os últimos dias, outro nome passou a aparecer muito bem cotado na bolsa de apostas em Brasilia: Allan Kardec, atual presidente da Gasmar, distribuidora de gás do Maranhão. Discretamente, como é do seu estilo, Magda tem atuado nos bastidores em favor da indicação de Kardec. Ambos tocam de ouvido.

Se Pietro Mendes é o homem de confiança de Silveira no board da Petrobras, Magda e Kardec sempre demonstraram sintonia na própria ANP – ambos foram colegas na diretoria do órgão regulador entre 2008 e 2012.

Além disso, o maranhense Kardec conta também com o apoio do “sumo pontifice” e de um dos cardeais da política no estado, respectivamente José Sarney e Edison Lobão, ex-ministro de Minas e Energia.  São personagens de peso que Lula costuma ouvir e incensar.

Em junho, por exemplo, em entrevista a uma rádio maranhense, o petista referiu-se a Lobão como uma figura excepcional do seu primeiro governo, um quadro político refinado para discutir qualquer assunto, em qualquer área”.

No caso de José Sarney, então, nem se fala. No ano passado, por conta da inauguração da Ferrovia Norte-Sul, Lula fez questão de gravar um vídeo ao lado de Sarney rasgando elogios ao ex-presidente da República pela ‘ideia” de construir a linha férrea.

No entorno do petista, ressalte-se, há quem veja a escolha de Allan Kardec também como um hedge político. Seria uma forma de evitar um excesso de poder nas mãos de Alexandre Silveira, do PSD, um partido que “está” na base aliada, algo muito diferente de “ser” da base aliada. Mesmo porque a mesma legenda, por meio do senador baiano Otto Alencar, tenta também emplacar um nome em uma das diretorias da ANP.

O sucessor de Rodolfo Saboia, que deixa a diretoria-geral da ANP em dezembro, terá um dos maiores desafios da história recente da agência: o imbróglio da Margem Equatorial passará obrigatoriamente por suas mãos. Issc inclui não apenas o impasse em relação ao início ou não das atividades da Petrobras na bacia da Foz do
Amazonas, no Amapá, mas os futuros leilões.

A ANP já incluiu novas bacias na região entre as prioridades do calendário de estudos geológicos e econômicos de 2025. No setor há quem diga até que o movimento foi um aceno de Saboia ao governo, na tentativa de ser reconduzido à diretoria-geral da ANP, por ora a menos provável das hipóteses.

Nesse quesito em especial, Pietro Mendes e Allan Kardec estão tecnicamente empatados: ambos são enfaticamente favoráveis à exploração da Margem Equatorial. 

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