3.432 focos de calor na Amazônia

Fumaça da Amazônia atinge o DF e outros estados, incluindo o Maranhão

Inmet emite alerta laranja para 15 estados e DF; Ministério Público exige contratação de brigadistas para conter incêndios na Amazônia.

A crise climática que o Brasil enfrenta demanda ações urgentes. (Foto: Internet)

O Brasil está vivendo um momento crítico em termos de clima e meio ambiente, com altas temperaturas, baixa umidade e milhares de focos de incêndio. Como previsto pelos meteorologistas, o mês de setembro está trazendo à tona os desafios ambientais e sociais do país. A fumaça das queimadas recordes na Amazônia, registradas nos últimos dias, já se espalhou e chegou ao Distrito Federal e a outros estados, incluindo o Maranhão.

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) detectou 3.432 focos de calor na Amazônia em apenas 24 horas, entre a noite de domingo e a noite de segunda-feira, o que configura o dia com maior número de queimadas no ano. Este cenário reforça a necessidade de medidas urgentes para enfrentar o desmatamento e as queimadas, aumentando a pressão sobre as autoridades e especialistas para encontrarem soluções eficazes.

Impactos e alertas

A fumaça dos incêndios na Amazônia está sendo transportada por um corredor de vento que se forma a cerca de 1,5 mil metros de altitude, atravessando grandes distâncias e afetando diversas regiões do Brasil, como o Maranhão. A MetSul Meteorologia e a Empresa de Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) confirmaram que o fenômeno já atingiu o Sul do país. Em Santa Catarina, as imagens de satélite revelam que a fumaça vem da Amazônia e de outras áreas do Norte do Brasil.

Diante dessa situação, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um alerta laranja para baixa umidade relativa do ar em 15 estados e no Distrito Federal. Entre os estados afetados estão Maranhão, Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Paraíba, Bahia, Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Rondônia. A umidade relativa do ar nessas áreas pode ficar abaixo de 20%, o que aumenta o risco de incêndios florestais e problemas de saúde.

O Inmet orienta a população a beber mais água, evitar a exposição ao sol nas horas mais quentes e intensificar o uso de hidratantes e umidificadores de ambiente. A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que a umidade relativa do ar seja em torno de 60%.

Reforço no combate aos incêndios

O Ministério Público Federal (MPF) ingressou com uma ação civil pública contra a União, exigindo a liberação imediata de recursos para a contratação de brigadistas. O MPF pede a contratação de 450 brigadistas temporários e a disponibilização de aeronaves para o combate aos incêndios na Região Norte. Após não receber resposta do governo federal, o MPF recorreu à Justiça para obter medidas concretas.

A ação do MPF solicita a formação de 15 brigadas, cada uma com 30 brigadistas, e também a garantia de equipamentos de proteção individual, aeronaves com capacidade de transportar até 12 mil litros de água e helicópteros com dispersores de água. O órgão sugere, ainda, que a União considere requisitar bombeiros militares de outros estados como alternativa para reforçar o combate ao fogo.

Consequências no dia a dia

Os efeitos dos incêndios e da fumaça na Amazônia vão além do impacto ambiental. Em Rio Branco, no Acre, mais de 20 mil estudantes tiveram suas aulas suspensas devido à espessa nuvem de fumaça. A Universidade Federal do Amazonas (Ufam) também tomou precauções semelhantes. Em Rondônia, o governo decidiu cancelar o desfile de 7 de Setembro para evitar a exposição da população ao ar poluído.

Rafael Franca, coordenador do Laboratório de Climatologia Geográfica da Universidade de Brasília, destaca que as condições são alarmantes. “Todos os meses do ano, não somente setembro, estão apresentando temperaturas mais altas que o normal. Os invernos e verões estão mais quentes, e as ondas de calor estão se tornando mais longas com o passar dos anos”, explicou. Ele também apontou que o fenômeno El Niño tem agravado a situação climática na Amazônia.

A crise climática que o Brasil enfrenta demanda ações urgentes e coordenadas para minimizar os danos à saúde, ao meio ambiente e à segurança da população.

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