Eleições na Venezuela

Brasil, Colômbia e México divulgam nota conjunta cobrando atas da Venezuela

Os governos pediram ainda “cautela” aos atores políticos envolvidos e se mostraram preocupados com a escalada da violência local

Créditos - Reprodução

Após conversa por telefone na tarde desta quinta-feira (1º/8), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, e do México, Andrés Manuel López Obrador, divulgaram uma nota conjunta reiterando pedido pela rápida divulgação das atas eleitorais. Os três líderes conversaram sobre as eleições na Venezuela, no último domingo (25/7), com vitória de Nicolás Maduro.

Os governos pediram ainda “cautela” aos atores políticos envolvidos e se mostraram preocupados com a escalada da violência local. “Acompanhamos com muita atenção o processo de escrutínio dos votos e fazemos um chamado às autoridades eleitorais da Venezuela para que avancem de forma expedita e divulguem publicamente os dados desagregados por mesa de votação”, diz a nota, divulgada pelo Itamaraty no final da tarde desta quinta-feira. 

“As controvérsias sobre o processo eleitoral devem ser dirimidas pela via institucional. O princípio fundamental da soberania popular deve ser respeitado mediante a verificação imparcial dos resultados”, acrescenta o documento.

O texto mantém o tom adotado pelos países desde a eleição venezuelana, no domingo. Embora não acusem o regime Maduro de fraudar as eleições, insistem na divulgação das atas, para que o resultado seja aferido por outros observadores. A nota conjunta estava em negociação desde o domingo, mas foi divulgada após conversa entre os presidentes dos três países.

Brasil, Colômbia e México também pediram “cautela” tanto para a oposição quanto para o governo Maduro, para evitar atos de violência.

“Nesse contexto, fazemos um chamado aos atores políticos e sociais a exercerem a máxima cautela e contenção em suas manifestações e eventos públicos, a fim de evitar uma escalada de episódios violentos. Manter a paz social e proteger vidas humanas devem ser as preocupações prioritárias neste momento”, disseram os líderes.

Brasil, México e Colômbia adotaram um tom mais brando do que outros países, como Estados Unidos e Chile, e evitaram acusar Maduro de fraude nas eleições. A demora na liberação das atas, porém, aumenta a preocupação no continente. A expectativa é que a nota conjunta aumente a pressão sobre Maduro. Com as atas, será possível auditar o resultado das urnas.

 Leia a nota conjunta na íntegra:

“Os governos do Brasil, Colômbia e México felicitamos e expressamos nossa solidariedade com o povo venezuelano, que compareceu massivamente às urnas em 28 de julho para definir seu próprio futuro.

Acompanhamos com muita atenção o processo de escrutínio dos votos e fazemos um chamado às autoridades eleitorais da Venezuela para que avancem de forma expedita e divulguem publicamente os dados desagregados por mesa de votação.

As controvérsias sobre o processo eleitoral devem ser dirimidas pela via institucional. O princípio fundamental da soberania popular deve ser respeitado mediante a verificação imparcial dos resultados.

Nesse contexto, fazemos um chamado aos atores políticos e sociais a exercerem a máxima cautela e contenção em suas manifestações e eventos públicos, a fim de evitar uma escalada de episódios violentos.

Manter a paz social e proteger vidas humanas devem ser as preocupações prioritárias neste momento.

Que esta seja uma oportunidade para expressar, novamente, nosso absoluto respeito pela soberania da vontade do povo da Venezuela. Reiteramos nossa disposição para apoiar os esforços de diálogo e busca de acordos que beneficiem o povo venezuelano”.

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