Elize Matsunaga deixa a prisão após receber liberdade condicional
Justiça concedeu o benefício nessa segunda-feira (30), Elize foi liberada da prisão feminina de Tremembé logo em seguida.
Após 10 anos cumprindo pena em regime fechado, a Justiça de São Paulo concedeu liberdade condicional a Elize Matsunaga, presa por matar e esquartejar o marido, Marcos Kitano Matsunaga. De acordo com a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP), o alvará de soltura foi cumprido no final da tarde dessa segunda-feira (30).
Elize deixou a penitenciária Santa Maria Eufrásia Pelletier, em Tremembé, São Paulo, por volta das 17h30 desta segunda. A soltura ocorreu depois que a defesa dela entrou com um pedido na Justiça para que ela cumpra o restante da pena em liberdade.
Em 2012 Elize foi condenada a 19 anos e 11 meses de prisão, mas, em 2019, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) reduziu a pena para 16 anos e três meses pelo crime de homicídio qualificado e ocultação de cadáver.
Relembre o crime que chocou o país
Elize era casada com o empresário Marcos Matsunaga, herdeiro da indústria de alimentos Yoki. O crime ocorreu em maio de 2012, no duplex em que o casal morava, na Zona Oeste de São Paulo.
Marcos foi morto com um tiro na cabeça, efetuado por Elize com uma das 34 armas que o casal tinha no apartamento. Logo em seguida, Elize esquartejou o corpo do ex-marido e dividiu a cabeça, as pernas, os braços e o tronco em duas malas e, então, as espalhou na região de Cotia, em São Paulo.
Em 27 de maio, depois de ser considerado desaparecido, as partes do corpo de Marcos foram encontradas. Elize confessou o crime e foi presa preventivamente em junho de 2012. Em dezembro de 2016 saiu a condenação.
À época, com 30 anos, Elize alegou que atirou em Marcos para se defender, já que eles estavam discutindo depois de Elize ter contratado um detetive particular que descobriu mais uma traição do empresário. Ele foi flagrado com uma garota de programa.
Durante a briga, Elize contou que Marcos teria a ameaçado de morte e dito que tomaria a guarda da filha do casal, de um ano. Ela ainda afirmou que tinha sido vítima de violência doméstica diversas outras vezes. Com medo, Elize disparou contra o ex-marido para se defender.
Elize escreveu um livro para a filha
Impedida de ver a filha desde que foi presa, em 2012, Elize escreveu uma autobiografia dentro da prisão, a qual dedicou à menina. Os pais de Marcos Matsunaga obtiveram a guarda da neta e a impedem de ter contato com a mãe.
Intitulado “Piquenique no Inferno”, o livro foi escrito à mão com o objetivo de pedir perdão à filha, hoje com 11 anos. Nas páginas, Elize conta sua origem humilde, como foi vítima de violência sexual na adolescência e depois de violência doméstica quando se casou.
O livro ainda não foi publicado e o intuito de Elize é que a filha possa lê-lo quando for adulta e entender a visão da mãe sobre o crime. Em julho de 2021 a gigante de streaming, Netflix, lançou uma série documental sobre o crime cometido por Elize, em que aborda, em detalhes, como tudo ocorreu a a visão dela sobre o assassinato.