Guerra na Europa: Putin anuncia início da “operação militar” no leste da Ucrânia
O anúncio ocorre horas depois de separatistas pró-Rússia pedirem ajuda para “combater” o exército da Ucrânia.
O presidente da russo, Vladimir Putin, anunciou, na madrugada desta quinta-feira (24), o início de uma “operação militar” da Rússia nas regiões separatistas da Ucrânia — Donetsk e Lugansk.
Por volta das 00h15, no horário de Brasília, jornalistas em Kiev, capital da Ucrânia, relatam explosões ao redor do Aeroporto Internacional de Kiev.
Em discurso, Putin disse que os conflitos entre a “Rússia e as forças ucranianas são inevitáveis e apenas uma questão de tempo”. “Tomei a decisão por uma operação militar”, completou.
O presidente russo também alertou que aqueles que “tentem interferir (na operação russa na Ucrânia) devem saber que a resposta da Rússia será imediata e levará a consequências que nunca conheceram”.
O Ministério da Infraestrutura da Ucrânia anunciou que o espaço aéreo do país ficará fechado “devido ao alto risco para a segurança”.
Resposta do mundo
Em resposta, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, emitiu um comunicado. “Putin escolheu uma guerra premeditada que trará uma perda catastrófica de vidas e sofrimento humano. A Rússia sozinha é responsável pela morte e destruição que este ataque trará”, disse.
Na quarta-feira (23/2), a Rússia disse que recebeu um pedido de ajuda de rebeldes separatistas para “combater” o exército da Ucrânia. Isso ocorreu após o parlamento ucraniano declarar estado de emergência nacional diante da ameaça de invasão russa.
A medida foi votada horas depois de a Rússia iniciar a evacuação do pessoal diplomático em Kiev e de os Estados Unidos alertarem para o risco de uma ofensiva geral da Rússia contra a ex-república soviética.
O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, denunciou “ataque irresponsável e não provocado” da Rússia à Ucrânia e alertou que isso coloca “inúmeras” vidas em risco.
“Condeno veementemente o ataque não provocado e irresponsável da Rússia à Ucrânia, que coloca em risco inúmeras vidas de civis. Mais uma vez, apesar de nossas repetidas advertências e esforços incansáveis para se engajar na diplomacia, a Rússia escolheu o caminho da agressão contra um país independente e soberano”, disse Stoltenberg em um comunicado, anunciando uma reunião de aliados da Otan para abordar as “consequências das ações agressivas da Rússia”.