PANDEMIA

Mundo supera 25 milhões de casos de COVID-19; Índia bate recorde diário

Quase quatro em cada 10 contágios foram registrados nos Estados Unidos e Brasil, os dois países mais afetados

© REUTERS/Thomas Peter/Direitos Reservados

Mais de 25 milhões de casos do novo coronavírus foram registrados no mundo, boa parte nos Estados Unidos e Brasil, onde a pandemia provocou mais de 120.000 mortes, e na Índia, que neste domingo bateu o recorde mundial de contágios em apenas um dia.

Desde que a COVID-19 surgiu na China no fim do ano passado foram registrados pelo menos 25.029.250 casos e 842.915 mortes, de acordo com um balanço da AFP atualizado neste domingo, com base nos números oficiais dos países.

Quase quatro em cada 10 contágios foram registrados nos Estados Unidos e Brasil, os dois países mais afetados, com 5,9 milhões (182.760 morte) e 3,8 milhões de casos (120.262 falecimentos) respectivamente.

O Brasil superou no sábado a marca de 120.000 mortos, sem observar uma luz no fim do túnel.

Ao contrário da Europa e Ásia, onde o vírus avançou com força e depois iniciou uma trajetória de queda, no Brasil avança em ritmo lento e devastador, afirma Christovam Barcellos, pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

“Isso é inédito no mundo. Desde o começo da pandemia o Brasil mostrou uma curva de casos e de óbitos diferente de outros países, muito lenta”, declarou à AFP.

“Agora está estabilizada, em torno de 1.000 óbitos e 40.000 casos por dia. O Brasil não passou o pico”, acrescentou.

Desde que o vírus atingiu o país, a crise se tornou uma questão política. O presidente Jair Bolsonaro condenou a “histeria” a respeito do vírus e atacou governadores e prefeitos que adotaram medidas de isolamento social.

Analistas apontam que a falta de uma mensagem coerente dos governantes brasileiros é responsável pelo fracasso do país em achatar a curva.

Outro país da América do Sul superou no sábado uma barreira trágica: a Argentina atingiu 400.000 contágios. O ritmo de progressão do número de novos casos disparou nos últimos sete dias, a 35%.

O governou anunciou a prorrogação das medidas de confinamento até 20 de setembro.

– Recorde mundial na Índia –

Do outro lado do Pacífico, a Ásia, primeiro epicentro da pandemia, foi a região do planeta que registrou mais casos novos nos últimos sete dias (570.819), 80% deles somente na Índia.

Neste domingo, o segundo país mais populoso do planeta, com 1,3 bilhão de habitantes, anunciou ter registrado 78.761 novos casos de coronavírus em 24 horas, um novo recorde mundial.

A marca anterior havia sido estabelecida em 17 de julho nos Estados Unidos, onde foram declarados 77.638 novos contágios, de acordo com dados contabilizados pela AFP.

A pandemia, que atingiu em um primeiro momento grandes centros urbanos como Mumbai e Nova Délhi, agora se propaga por cidades menores e zonas rurais.

Os números foram anunciados um dia após uma nova flexibilização do governo às restrições adotadas em março, uma medida que pretende estimular a economia do país, paralisada pela crise de saúde.

Outros países que conseguiram conter a propagação do vírus estão voltando a impor medidas diante de novos surtos. A Coreia do Sul determinou restrições na região de Seul, onde vive metade da população da nação.

– “Fim da tirania médica” –

Na Europa, os números de contágios dispararam na Espanha, França, Itália e Alemanha. Para tentar frear as infecções, que aumentaram com fim das férias de verão (hemisfério norte), as autoridades anunciaram novas regras sanitárias, como o uso generalizado de máscara ou o limite de pessoas em reuniões sociais.

As medidas provocaram um movimento de protesto no continente. No sábado, milhares de manifestantes contrários ao uso da máscara saíram às ruas em várias cidades.

Berlim registrou o maior protesto, com 38.000 pessoas. A polícia precisou entrar em ação porque os participantes não respeitaram as medidas de proteção.

Durante a noite, centenas de manifestantes tentaram invadir o Reichstag, o Parlamento, um local muito simbólico para os alemães. O incidente, considerado pelo presidente Frank-Walter Steinmeier como um ataque ao “coração da democracia”, escandalizou o país.

Em Londres, mil manifestantes, reunidos em Trafalgar Square, pediram o “fim da tirania médica”. E em Paris, quase 300 pessoas protestaram contra a obrigatoriedade da máscara.

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