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Recuperados do novo coronavírus podem desenvolver imunidade, revela estudo

A pesquisa foi divulgada pela prestigiada revista de ciência britânica, Nature Medicine, após testes em pacientes que demoraram até 20 dias para desenvolver anticorpos após a cura

Imunidade ao coronavírus

Reprodução

Diante do cenário de pandemia que o mundo vive e entre os diversos questionamentos em volta do novo coronavírus, uma das perguntas que traz incertezas para pessoas recuperadas e cientistas, é a de que quem foi infectado pela doença desenvolve anticorpos ou não.

Um estudo chinês publicado na quinta-feira (30) pela prestigiada revista de ciência britânica, Nature Medicine, revelou que 100% dos pacientes que conseguiram se recuperar da Covid-19, criaram uma defesa eficaz natural no organismo. Através da pesquisa a ciência pode estar mais próxima de um consenso sobre se quem consegue se curar da doença pode desenvolvê-la de novo.

Veja detalhes do estudo completo aqui.

Neste caso, o estudo foi conduzido em três hospitais na cidade de Xunquim, que fica próxima à província de Hubei, epicentro da pandemia na China. Sessenta e três pacientes com novo coronavírus confirmados foram acompanhados até a alta. As amostras de soro foram coletadas em intervalos de 3 dias. Entre estes, a taxa geral de soroconversão – produção de anticorpos- foi de 96,8% durante o período de acompanhamento.

Um resumo publicado na revista inglesa, diz que foi relatada respostas agudas de anticorpos à SARS-CoV-2 em 285 pacientes com COVID-19. Dentro de 19 dias após o início dos sintomas, todos os pacientes apresentaram resultado positivo para imunoglobulina G, que pode garantir imunidade por mais tempo, em alguns casos durante toda a vida. Já outros atingiram o ápice da produção de anticorpos em seis dias.

O teste sorológico pode ser útil para o diagnóstico de pacientes suspeitos com resultados negativos e para a identificação de infecções assintomáticas.

Estudos sobre a síndrome respiratória aguda grave (SARS) e a síndrome respiratória do Oriente Médio (MERS) mostraram que os anticorpos específicos para o vírus foram detectáveis ​​em 80-100% dos pacientes em duas semanas após o início dos sintomas

A publicação pontua que a pesquisa tem algumas limitações, como não avaliar o poder de neutralização dos anticorpos sobre o vírus e não ter uma associação entre quadro clínico e resposta à doença. Dos 285 pacientes, apenas 39 foram classificados como em estado grave. Foram avaliadas também a eficácia dos diferentes tipos de teste para a Covid-19. Apesar de apontar uma maior efetividade das amostras sorológicas, a pesquisa constatou que os testes só são mais precisos quando realizados dentro de uma janela específica de tempo, ainda no início da infecção.

Na última semana a Organização Mundial de Saúde (OMS), declarou que não havia evidência de que curados da Covid-19 desenvolviam imunidade contra a doença — o que impossibilitava a criação de um “passaporte imunológico” -.

“As pessoas que assumem que estão imunes a uma segunda infecção porque receberam um resultado positivo no teste podem ignorar os conselhos de saúde pública. O uso de tais certificados pode, portanto, aumentar os riscos de transmissão continuada”, ressalta a organização.

A agência lembra que o desenvolvimento da imunidade contra uma doença através de uma infecção natural é um processo de várias etapas, que geralmente ocorre até duas semanas.

“A OMS continua revisando as evidências das respostas de anticorpos à infecção por SARS-CoV-2 (vírus da covid-19). A maioria desses estudos mostra que as pessoas que se recuperaram da infecção têm anticorpos para o vírus”, diz o comunicado. “No entanto, algumas dessas pessoas têm níveis muito baixos de anticorpos neutralizantes no sangue, sugerindo que a imunidade celular também pode ser crítica para a recuperação.”

A OMS ainda não se posicionou sobre os detalhes do estudo chinês.

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