ECONOMIA

Para vender na Páscoa, comerciantes oferecem produtos pela internet

Expectativa da CNC é de queda histórica das vendas

Foto: Marcello Camargo/Agência Brasil

Com a pandemia da covid-19 e a consequente necessidade de isolamento social, os comerciantes tiveram que se reinventar para conseguir vender na Páscoa, uma das épocas do ano em que lojistas e feirantes costumam registrar aumento das vendas. As lojas de chocolate têm vendido pela internet, por meio de aplicativo de mensagens ou sites. Há até peixarias com serviço de delivery.

Mesmo assim, a expectativa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) é de queda histórica das vendas, de 31,6% neste ano em relação a 2019, o que representaria uma perda de R$ 738 milhões. De acordo a CNC, o faturamento do varejo na Páscoa deve alcançar R$ 1,598 bilhão este ano, contra R$ 2,336 bilhões no período passado.

Em dezembro de 2019, a CNC projetou que o comércio iria registrar, em 2020, o maior avanço anual no volume de vendas em sete anos. A estimativa era de aumento de 5,5%.

Estratégias

Para tentar vender o estoque e reduzir prejuízos, os lojistas optaram por estratégias como descontos nos produtos e frete gratuito. Com isso, o valor médio das vendas, ainda em março, caiu até 15% em comparação com um mês normal. Já o número de lojistas que arcaram com o envio da mercadoria aumentou de 30% para 55%, segundo levantamento feito pela Stilingue, plataforma de inteligência artificial.

A plataforma coletou 223.817 postagens no Facebook, Instagram, Youtube e Twitter. Do total de menções, 3,9% reiteraram o desejo de consumo de ovos de páscoa, com as expressões “queria tanto”, “só queria”, “queria um”.

A pesquisa também indicou o crescimento do anúncio de venda de produtos caseiros. Este ano, o volume representou 8,8% frente aos 6,4% do ano anterior. Os interesses, porém, permanecem semelhantes: ovos de colher, bolos e brigadeiros, representando mais de 26% dos produtos anunciados.

Outra adequação notada foi a opção de delivery dos ovos, sendo que 45% dos conteúdos que anunciavam produtos à venda disponibilizaram serviços de entrega. As principais marcas e restaurantes prepararam descontos e investiram em entregas próprias sem custo ou parcerias, como empresas de aplicativos de entrega.

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