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Aliança global é feita para que todo o mundo tenha acesso a cura do novo coronavírus

Para acelerar pesquisas sobre vacinas e medicamentos contra o coronavírus, foi feita uma aliança global, para viabilizar disponibilidade para todo o mundo

Diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus (Foto: ReproduçãoAFP)

Em uma aliança global inédita, líderes mundiais se juntaram à Organização Mundial de Saúde (OMS), para o lançamento de uma iniciativa para acelerar a cooperação internacional no trabalho de desenvolver medicamentos e vacinas contra o novo coronavírus. O apoio visa o compartilhamento de informações e conhecimento entre os países sobre os medicamentos e vacinas que possam combater o vírus e principalmente para que seja compartilhado em todo o mundo.

A chanceler federal alemã, Angela Merkel, e os presidentes da França, Emmanuel Macron, e da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, estavam entre os líderes que participaram da videoconferência, juntamente com o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus. Os Estados Unidos, porém, afirmaram que não participarão dos esforços.

A Rede de Fabricantes de Vacinas dos Países em Desenvolvimento (DCVMN) e a Associação Internacional de Medicamentos Biossimilares e Genéricos (IGBA) se comprometeram a se unir, guiadas por uma visão comum de um planeta protegido do sofrimento humano e pelas devastadoras consequências sociais e econômicas da Covid-19, para lançar essa colaboração inovadora.

“O mundo precisa dessas ferramentas e precisa logo. Enfrentamos uma ameaça comum que apenas poderemos derrotar em uma abordagem comum. A experiência nos conta que, mesmo quando as ferramentas estão disponíveis, elas não estão igualmente disponíveis para todos. Não podemos permitir que isso aconteça”, afirmou Ghebreyesus.

Durante a reunião que foi realizada através de videoconferência na sexta-feira (24), eles se comprometeram a trabalhar em prol do acesso global equitativo, com base em um nível sem precedentes de parceria. Eles concordaram em criar uma voz forte e unificada, aproveitar a experiência passada e prestar contas ao mundo, às comunidades e uns aos outros.

Recursos para investir no combate ao coronavírus

Von der Leyen, disse que o objetivo da iniciativa é angariar 7,5 bilhões de euros para ampliar os trabalhos relacionados a prevenção, diagnóstico e tratamento da doença. “Este é apenas um primeiro passo, ainda mais será necessário no futuro”, destacou.

Os líderes da saúde pediram à comunidade global e aos líderes políticos que apoiassem essa colaboração histórica e que os doadores fornecessem os recursos necessários para acelerar a consecução de seus objetivos, capitalizando a oportunidade oferecida por uma iniciativa de comprometimento futura que começa em 4 de maio de 2020. Esta iniciativa, liderada pela União Européia, visa mobilizar os recursos significativos necessários para acelerar o trabalho de proteção do mundo contra o COVID-19.

“Será inexplicável e imperdoável dizer que uma vacina estaria disponível apenas no país onde foi desenvolvida ou onde as grandes farmacêuticas investiram. A partir do momento em que vencermos essa batalha, devemos fazer com que a vacina seja acessível a todas as populações, tão logo quanto possível e em toda parte”, afirmou Macron.

Ele informou ainda que vão continuar mobilizando os países do G7 e G20 para que apoiem essa iniciativa. E espera uma reconciliação entre China e os EUA em torno dessa iniciativa.

Posicionamento dos EUA

Um porta-voz da missão diplomática dos Estados Unidos em Genebra afirmou que os Estados Unidos não participarão da iniciativa. O presidente americano, Donald Trump, vem fazendo fortes críticas à OMS e anunciou recentemente a suspensão do apoio financeiro para à instituição.

Em busca da cura para o Covid-19

Mais de 100 potenciais vacinas contra a covid-19 estão sendo desenvolvidas em diversos países, sendo que seis delas já estão na fase de testes clínicos, afirmou Seth Berkley, presidente da aliança Gavi para vacinas, uma parceria público-privada que lidera campanhas de imunização em países pobres. Ele defendeu que a capacidade de fabricação global seja ampliada antes da confirmação da criação de uma vacina.

Essa semana o Reino Unido anunciou o início dos testes de uma vacina contra o novo coronavírus, que foi desenvolvida pela Universidade de Oxford, e que pode ter  80% de chance de sucesso.

A vacina de Oxford, chamada ChAdOx1 nCoV-19, é fabricada a partir de um vírus inofensivo do chimpanzé, que foi geneticamente modificado para transportar parte do coronavírus. Os testes em humanos começaram na quinta-feira (23). Um membro da equipe de Oxford disse que, se os testes forem bem-sucedidos, milhões de doses da vacina poderão estar disponíveis para uso até setembro deste ano.

Desde janeiro, a OMS trabalha com pesquisadores de centenas de instituições para desenvolver e testar vacinas, padronizar ensaios e padronizar abordagens regulatórias em projetos inovadores de ensaios e definir critérios para priorizar candidatos a vacinas. A Organização possui diagnósticos pré-qualificados que estão sendo usados ​​em todo o mundo e mais estão em andamento. E está coordenando um estudo global para avaliar a segurança e eficácia de quatro terapêuticas contra a doença.

A pandemia do Covid-19 já afetou mais de 2,4 milhões de pessoas, matando mais de 160.000. Está cobrando um preço enorme às famílias, sociedades, sistemas de saúde e economias em todo o mundo, e enquanto esse vírus ameaçar qualquer país, o mundo inteiro estará em risco. 

Existe uma necessidade urgente, portanto, de seguir as medidas existentes para manter as pessoas fisicamente distanciadas e testar e rastrear todos os contatos de pessoas com resultados positivos, para vacinas, diagnósticos e tratamentos inovadores do Covid-19.

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