MEIO AMBIENTE

Indicada por Sarney Filho, presidente do Ibama pede demissão após críticas de Bolsonaro

Suely Araújo não comentou o desentendimento que a levou antecipar a sua saída do cargo e disse apenas que, como outro nome já foi indicado para comandar o órgão, a sua saída era “pertinente”

Polêmica envolvendo o valor do contrato para aluguel de veículos do Ibama levou presidente a pedir exoneração do cargo (Foto: Vinícius Mendonça/Ibama)

Nomeada em 2016 pelo presidente Michel Temer (MDB), depois de ter sido indicada pelo então ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho (PV), Suely Araújo pediu exoneração do cargo de presidente do Ibama nesta segunda-feira (7), após ter sido criticada nas redes sociais pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL) e pelo novo ministro Ricardo Salles (NOVO), que questionaram  o valor do contrato de aluguel dos veículos dom órgão, na casa dos R$ 28 milhões.

Em ofício enviado a Salles, Suely não comentou o desentendimento que a levou antecipar a sua saída do cargo e diz apenas que, como o procurador da União Eduardo Fortunato Bim já foi indicado para comandar o órgão, a sua saída era “pertinente”.

Entretanto, a pessoas próximas, Suely confidenciou que ficou indignada tanto com as postagens como por não ter sido procurada para que explicasse o valor do contrato.

Polêmica

Polêmica envolvendo o valor do contrato para aluguel de veículos do Ibama levou presidente a pedir exoneração do cargo (Foto: Felipe Werneck/Ibama)

A polêmica começou quando o ministro Salles tuitou questionando o contrato assinado pelo Ibama e Locamerica. Na sequência o presidente Bolsonaro postou, e depois apagou, a seguinte mensagem: “Estamos em ritmo acelerado, desmontando rapidamente montanhas de irregularidades e situações anormais que estão sendo e serão comprovadas e expostas. A certeza é: havia todo um sistema formado para principalmente violentar financeiramente o brasileiro sem a menor preocupação!”.

Em nota, ainda como presidente do Ibama, Suely explicou que o valor corresponde ao total gasto pelo órgão com aluguel de 393 camionetes “adaptadas para atividades de fiscalização, combate a incêndios florestais, emergências ambientais, ações de inteligência, vistorias técnicas etc”.

Segundo Suely, o contrato vale para as 27 unidades da Federação e inclui os gastos com “combustível, manutenção e seguro, com substituição [dos veículos] a cada dois anos”.

“A acusação sem fundamento evidencia completo desconhecimento da magnitude do Ibama e das suas funções. O valor estimado inicialmente para esse contrato era bastante superior ao conseguido no final do processo licitatório, que observou com rigor todas as exigências legais e foi aprovado pelo TCU [Tribunal de Contas da União]”, escreveu Suely na nota.

O contratado no edital é para fornecimento de todos os veículos do Ibama, com serviços inclusos de manutenção, seguro, combustível, quilometragem livre, impostos, logística, customização e adaptação.

O pedido de demissão de Suely:

Excelentíssimo Senhor Ministro,

  1. Cumprimentando-o cordialmente, sirvo-me do presente para formalizar minha solicitação de exoneração do cargo de Presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
  2. Considerando que a indicação do futuro Presidente do Ibama, Sr. Eduardo Bim, já foi amplamente divulgada na imprensa e internamente na Instituição ainda em 2018, antes mesmo do início do novo Governo, entendo pertinente o meu afastamento do cargo permitindo assim que a nova gestão assuma a condução dos processos internos desta Autarquia.
  3. Assim, comunico que a partir de amanhã, 08 de janeiro, não exercerei mais as funções de Presidente do Ibama. Nesse sendo, solicito que quando da publicação do ato, nele conste que trata-se de exoneração a pedido com efeitos a partir de 08/01/2019.

Respeitosamente, Suely Araújo

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