Secretário admite que pode fechar o ano sem elucidar caso Marielle
Em entrevista, o general Richard Nunes, da Secretaria de Segurança do Rio de Janeiro, não descartou a possibilidade de concluir o ano sem a elucidação do assassinato duplo de Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes
O general Richard Nunes é carioca e está desde fevereiro à frente da Secretaria de Segurança do Rio de Janeiro. Em entrevista, Richard não descartou a possibilidade de concluir o ano sem a elucidação do duplo assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e de seu motorista, Anderson Gomes. “Eu sempre falei com essa cautela. Eu nunca fiquei dizendo negócio de data. Existe a possibilidade de fechar? Existe. E existe a possibilidade de a gente ter um pouco mais de dificuldade e levar um pouco mais de tempo.”
“Nós temos feito o máximo de esforço possível. As coisas têm caminhado. Agora estamos mais fortalecidos porque o Ministério Público (MP) se vinculou fortemente à investigação com o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado).”
Para o general, o que dificulta a investigação é a falta de estrutura e câmeras na cidade do Rio de Janeiro. “A grande dificuldade hoje é coletar e produzir as provas necessárias para que os nossos suspeitos possam ser efetivamente condenados no futuro; e não irresponsavelmente dar por concluído o inquérito com provas frágeis e, no final, isso não resultar em nada. Vai ser muito pior para a sociedade.”
“A gente entende o clamor da sociedade. O clamor da família. Eles têm confiança de que a gente está fazendo a coisa certa”, afirma o secretário. “A investigação está sendo custosa porque, realmente, foi um crime elaborado com cuidado para evitar a investigação.”
Richard Nunes, entretanto, se demonstra prudência na solução do duplo assassinato, esbanja firmeza quando fala do legado que deixará em 31 de dezembro. O principal é a retomada do orgulho e da credibilidade das polícias Civil e Militar. E também o fortalecimento das corporações, com a efetivação de novos policiais como oficiais de cartório, praças, papiloscopista e um concurso para delegados no Rio de Janeiro.
O caso
Marielle Franco e Anderson foram assassinados a tiros, em 14 de março deste ano, após um evento político no centro do Rio de Janeiro. O crime causou comoção internacional. O papa Francisco se manifestou sobre o episódio ao apelar por providências. Mais de uma vez, houve a discussão da transferência do comando das investigações, sob tutela da Polícia Civil do Rio, para a Polícia Federal.
As mortes de Marielle e Anderson completarão 200 dias no final de setembro.
*Com informações de Agência Brasil