Presidente da Colômbia exige das Farc entrega de menores
Segundo o governo, trata-se de um compromisso do acordo de paz que não está sendo cumprido pela guerrilha
O presidente Juan Manuel Santos exigiu das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), nessa quinta-feira (26), que entregue imediatamente os menores de 15 anos que integram suas fileiras. Segundo o governo, trata-se de um compromisso do acordo de paz que não está sendo cumprido pela guerrilha.
“É preciso dizer aos senhores das Farc: todos os menores de 15 anos devem sair de suas fileiras já, conforme acordado no ano passado”, declarou Santos em um ato na sede do governo, a Casa de Nariño, em reconhecimento à cooperação de Cuba e da Noruega, fiadores dos diálogos de paz.
Santos reiterou o pedido feito mais cedo pelo alto comissário para a paz, Sergio Jaramillo, que classificou como “piada” a não entrega de crianças e adolescentes. “Existe um acordo e é preciso cumpri-lo. Os menores nas fileiras das Farc não saíram porque as Farc não quiseram”, afirmou Jaramillo em entrevista coletiva.
A presença de menores nas tropas das Farc é um dos pontos mais espinhosos do processo. Em março de 2016, as partes envolvidas acertaram que os menores de até 15 anos deixariam a guerrilha. Dois meses depois, acertou-se a saída “em breve” dos menores.
Até o momento, apenas 13 menores deixaram os campos das Farc, segundo o governo.
Depois de uma reunião na manhã de ontem em Bogotá, as partes divulgaram nota sobre a ativação dos protocolos para a saída de todos os menores de 18 anos das tropas guerrilheiras.
Segundo Jaramillo, os menores deixarão as fileiras insurgentes depois que a guerrilha se concentrar nas 26 zonas do país onde – em até seis meses – terá de entregar suas armas, monitorada pela Organização das Nações Unidas (ONU). “A saída dos menores é a prioridade”, disse ele.
De acordo com o comandante guerrilheiro Pastor Alape, encarregado das Farc para esse tema, há pelo menos 23 menores de 15 anos nas fileiras rebeldes.
“Estamos prontos para receber todos os menores de idade que estiverem nas fileiras das Farc”, assegurou a conselheira presidencial para Direitos Humanos, Paula Gaviria.