Em segredo

Brasil volta a negociar base de Alcântara com os Estados Unidos

As negociações partiram do então ministro de Relações Exteriores, José Serra. A intenção é que a base seja utilizada para o lançamento de foguetes norte-americanos

Base de lançamento de Alcântara. Foto: Reprodução

O Brasil e os Estados Unidos retomaram secretamente as negociações de um acordo sobre o uso da base militar brasileira, localizada em Alcântara, interior do Maranhão. A intenção é que a base seja utilizada para o lançamento de foguetes norte-americanos. As negociações da base foram encerradas em 2003, mas voltaram a ser discutidas por iniciativa do então ministro das Relações Exteriores, José Serra.

Uma proposta foi elaborada e apresentada em sigilo ao Itamaraty para autoridades dos americanas. Na proposta, o Brasil teria oferecido a base em troca de dinheiro e tecnologia. Algumas proibições acordadas em 2003, chamadas de “salvaguardas”, seriam flexibilizadas, e com isso, o governo norte-americano teria recusado o acordo.

Em 2003, época das negociações primeiras negociações com os EUA, foram empunhadas várias proibições ao Brasil: lançar foguetes próprios da base, firmar cooperação tecnológica espacial com outras nações, apoderar-se de tecnologia norte-americana usada em Alcântara, direcionar para o desenvolvimento de satélites nacionais dinheiro obtido com a base. Além disso, só pessoal norte-americano teria acesso às instalações.

Após o fim das negociações com os Estados Unidos, a Ucrânia foi escolhida para um novo acordo. Então herdeira da União Soviética, ela tinha tecnologia para que junto com o Brasil, pudesse desenvolver foguetes para lançamentos em Alcântara, com o compromisso de transferência de tecnologia. O acordo entre o Brasil com a Ucrânia foi desfeito em 2015, após consolidar-se lá um governo pró-EUA.

A Base de Alcântara é tida como a mais bem localizada do mundo. Dali foguetes conseguem colocar satélites em órbita mais rapidamente, uma economia de combustível e dinheiro.

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