REESTRUTURAÇÃO

Banco do Brasil fará reestruturação com fechamento de agências e incentivo à aposentadoria

Número de agências e vagas será reduzido e haverá ampliação do atendimento por canais digitais.

O Banco do Brasil vai fechar agências bancárias, ampliar o atendimento digital, lançar um plano de aposentadoria incentivada e propor redução de jornada de trabalho para parte dos funcionários.
Segundo o banco, será preservada a presença do BB nos municípios em que já atua. Serão fechadas 31 superintendências regionais e 402 agências. Outras 379 agências serão transformadas em postos de atendimento bancário. Em outubro, o BB já havia iniciado o encerramento de outras 51 agências.
A estratégia de ampliação do atendimento por canais digitais prevê a abertura, ainda em 2017, de mais 255 unidades de atendimento digital, entre escritórios e agências digitais, que irão se somar às 245 já existentes. Essas unidades digitais já atendem a 1,3 milhão de clientes, com expectativa de chegar a 4 milhões até o final de 2017.
Com a reestruturação, haverá redução de 9,3 mil vagas no quadro do banco. “O Banco do Brasil não está demitindo ninguém. Em função em extinção de agências, teremos redução de vagas”, disse o presidente do BB, Paulo Caffarelli. Segundo ele, o BB gasta atualmente R$ 3 bilhões por ano a mais do que os bancos privados com folha de pagamento. O BB tem atualmente 109.159 funcionários.
De acordo com o presidente da instituição, a realização de novos concursos vai depender da adesão ao programa de aposentadoria incentivada.
Segundo o banco, se até fevereiro de 2017 os funcionários de agências fechadas não tiverem sido realocados, ainda terão quatro meses para a mudança, com manutenção dos salários. Devido à rotatividade de funcionários e às adesões à aposentadoria voluntária, o banco não espera ter problemas com a realocação de pessoas.
Aposentadoria incentivada
O Plano Extraordinário de Aposentadoria Incentivada será destinado ao público potencial de até 18 mil pessoas que já reúnem condições para se aposentar, com adesão voluntária.
Será concedido incentivo de desligamento correspondente ao valor de 12 salários, além de indenização pelo tempo de serviço, que varia de um a três salários, a depender do tempo de banco (entre 15 e 30 anos completos). Para aderir é preciso já estar aposentado pela previdência social ou ter 50 anos de idade e, no mínimo, 15 anos de trabalho no banco.
De acordo com simulação do Banco do Brasil, se 18 mil funcionários aderirem ao programa, haverá redução de despesas anuais de mais de R$ 3 bilhões.
Jornada de trabalho
Segundo o BB, a partir de hoje, cerca de 6 mil assessores da direção geral e superintendências também poderão aderir voluntariamente à nova jornada. A jornada de seis horas já foi anteriormente oferecida a funcionários que ocupam cargos comissionados não gerenciais na rede de agências e em órgãos regionais com 71% de adesão. O salário passará a ser 83,75% do relativo a jornada de oito horas.
Clientes
O encerramento das agências e a implantação das demais medidas ocorrerão ao longo de 2017, com informações no hotsite www.bb.com.br/novoatendimento, por SMS, aplicativo para celular e terminais de autoatendimento, além de correspondências e cartazes nas agências.
O BB também divulgou telefones exclusivos para atendimento aos clientes sobre mudanças de agência: 4003-5282 ou 0800 729 5282 para pessoas físicas e 4003-5281 ou 0800 729 5281 para empresas. A Central funciona de segunda a sexta-feira, de 8h às 22h.
O banco informou que a mudança de agência é automática. Os clientes não precisam fazer qualquer procedimento adicional e podem manter seus cartões e senhas para transações na nova agência, mesmo que haja alteração no número da conta.
“Esse movimento é, olhando para frente, para deixar o Banco do Brasil mais forte, para fazer o seu papel de banco comercial e também fazer o seu braço social enquanto banco de fomento. Em nenhum lugar onde o banco só tem uma agência vai deixar de estar presente”, disse Caffarelli. Segundo ele, o fechamento de agências ocorrerá em grandes centros onde há unidades próximas umas das outras.
De acordo com Caffarelli, as medidas de reestruturação resultarão na economia de R$ 750 milhões por ano. Desse total, R$ 450 milhões são referentes à reestruturação organizacional e R$ 300 milhões com redução de despesas com serviços de terceiros, locação e condomínio (com preferência pelo uso de imóveis próprios), gastos com deslocamento, transporte de valores, energia, gás, água e segurança. Essa economia pode ser maior a depender da adesão dos funcionários ao plano de aposentadoria voluntária.
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