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Governo coloca a cachaça no Simples Nacional

Este incentivo impacta diretamente na competitividade dos produtores, além de tirar muitos alambiques da clandestinidade

O mercado da Cachaça recebeu com otimismo a notícia de que o projeto que coloca a bebida no regime do Simples Nacional acaba de ser aprovado pela Presidência da República, hoje, 27 de Outubro. Este incentivo impacta diretamente na competitividade dos produtores, além de tirar muitos alambiques da clandestinidade.
Com a entrada da Cachaça no Simples Nacional, a carga tributária de impostos vai baixar consideravelmente e, com isso, haverá um repasse positivo para os consumidores finais. Assim, a previsão é que em meados de 2018 e 2019, o valor da bebida artesanal vá diminuir. Com isso, o mercado aumentará o potencial de consumo.
Os produtores e o Governo também serão diretamente beneficiados. “Além dos consumidores terem a possibilidade de melhores experiências sensoriais com a Cachaça, já que poderão comprar mais rótulos, o setor poderá gerar mais empregos e realizar investimentos com a baixa na carga tributária e o país ganhará com o aumento da quantidade de produtores legalizados”, comenta o CEO da Middas Cachaça, Leandro Dias.
Para Martin Braunholz, da Microdestilaria Hof, com a aprovação da cachaça ao Simples Nacional, os produtores, assim como ele, terão uma baixa significativa dos impostos e isso refletirá de maneira muito positiva. “Assim, poderemos aprimorar a nossa produção e alavancar as vendas. O produto ficará mais acessível”.
Para se ter uma ideia da expressividade do mercado da Cachaça, o Brasil atingiu em um único ano um faturamento de quase R$ 6 bilhões, quando foram produzidos mais de 500 milhões de litros da bebida. O país já contabiliza mais de 40 mil produtores alocados, principalmente, nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco, Ceará, Minas Gerais e Paraíba, sendo, 99%, do total, micro empresas. Apesar de exportar apenas 1% da produção, mais de 60 países já consomem o “ouro líquido brasileiro”.
Para o vice-presidente da Confraria Paulista da Cachaça, Guiba Monteiro, essa conquista com a aprovação do projeto pela Presidência da República é resultado de anos de luta, pleiteando essa mudança. “É um avanço muito importante. Teremos mais competitividade e muitos alambiques clandestinos poderão se regularizar”.
A grandiosidade do mercado cachaceiro não se restringe somente ao Brasil. A cachaça tem apresentado crescimento no mercado internacional, sendo o terceiro maior destilado do mundo. A bebida também ocupa posição de destaque no mercado nacional, no qual o volume corresponde a 50% no segmento de destilados. Além disso, é o segundo maior mercado de bebidas alcoólicas no Brasil, atrás apenas da cerveja.
Até os produtores que não serão diretamente beneficiados avaliaram a medida como benéfica no que tange a expansão da bebida no país e em outras localidades. “A medida beneficiará as microdestilarias. Vale ressaltar que o mercado de cachaça artesanal passará a ter produtos ainda mais diferenciados e com preços competitivos para o consumidor final. De um modo geral, esta é uma medida que vem para aprimorar a fabricação e comercialização de um produto nacional, contribuindo para sua visibilidade, o que é muito bem- vindo, já que movimentará a procura da Cachaça pelos consumidores”, afirma Ednilson Machado, Gestor Comercial e Marketing da Seleta.
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