A Operação Hashtag da Polícia Federal que investiga possível participação de brasileiros em organização criminosa de alcance internacional, como uma célula do Estado Islâmico no país, prendeu ontem, dia 21, dez pessoas suspeitas de planejarem atos terroristas no Brasil durante os jogos olímpicos.
A lista de brasileiros investigados inclui catorze nomes – alguns adotaram nomes árabes ou falsos para se comunicar nas redes sociais. Entre os suspeitos está o maranhense Marcos Mário Duarte que nasceu em São Luís, mas mora na cidade de Amparo em São Paulo, e é convertido ao islamismo há treze anos.
Marcos Mário Duarte, 42 anos, adotou o nome de Zaid Mohammad Abdul-Rahman. Zaid Duarte se declara idealizador, fundador, vice-presidente e Emir da Sociedade Islâmica do Maranhão.
Zaid Duarte é autor do blog Islam Maranhão, que traz imagem com a mensagem em inglês: “Você está entrando em uma zona controlada pela Sharia. Regras islâmicas aplicadas”. A Sharia é o conjunto de leis que rege o islamismo.
Em postagens no blog, Zaid publica textos de apologia ao Estado Islâmico e ao anti-americanismo. “Eu não sou o primeiro nem o único nem o último muçulmano vivendo num país ocidental vítima de todo tipo de má sorte imposta pela propaganda guerreirista que a mídia sensacionalista pró-guerra sangrenta americana vem travando contra a religião de Allah”, escreveu Zaid Duarte em uma postagem em novembro de 2015.
Zaid tem 1.922 seguidores e 1.872.938 visualizações na rede social Google + e lá também faz publicações voltadas para a religião islâmica que apresenta como Gestão em Negócios no Sagrado Alcorão. “Islam a religião da paz, que tem mais de 1,6 bilhão de seguidores ou cerca de 23% da população mundial, não é apenas uma religião, mas também um modo de vida completo”.
Tanto no blog quanto na rede social, as últimas publicações foram feitas em 17 de fevereiro de 2016.
Entre os demais suspeitos identificados está Mohamad Mounir Zakaria, brasileiro dono de cinco empresas de confecção na região do Brás, bairro onde mora em São Paulo. Ele é o 2º diretor de patrimônio da Liga da Juventude Islâmica Beneficente do Brasil, cuja mesquita fica no Pari, bairro próximo do Brás na capital paulista.
O sul-matogrossense Leonid El Kadri é mecânico em uma agropecuária em Campos de Júlio, no Mato Grosso, onde vive. Ele já cumpriu pena de 18 anos e oito meses de prisão por homicídio e roubo qualificados.
Ainda constam na lista de investigados: Israel Pedra Mesquita, Leandro França de Oliveira, Alisson Luan de Oliveira, Levi Ribeiro Fernandes de Jesus (Muhammad Ali Huraia), Antonio Andrade dos Santos Junior (Antonio Ahmed Andrade), Daniel Freitas Baltazar (Caio Pereira), Valdir Pereira da Rocha (Valdir Mahmoud), Hortencio Yoshitake (Teo Yoshi), Matheus Barbosa e Silva (Ismail Abdul-Jabbar Al-Brazili), Oziris Moris Lundi dos Santos Azevedo (Ali Lundi) e Vitor Barbosa Magalhães (Vitor Abdullah).