Reforma da Previdência poderá aumentar a idade mínima para aposentadoria
Ministro da Fazenda garante que direitos adquiridos de quem já contribui serão respeitados
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“Mais importante do que saber o valor do benefício ou a idade em que vai se aposentar, é ter a segurança de que haverá recursos para pagar a aposentadoria”, disse. Segundo o ministro, para haver recursos, é necessário que o sistema seja autossustentável ao longo do tempo. Meirelles disse que o governo deve estipular critérios de gastos do setor público como um todo. “Não prometemos valores que não podem ser cumpridos. Despesas públicas são sempre pagas pela população, e a Previdência também”, disse Meirelles. Agora também com a atribuição de administrar a Previdência, Meirelles disse que o governo Temer defenderá uma nova idade mínima para a aposentadoria. A equipe ainda estuda qual seria a regra de transição. “O caminho está claro: idade mínima com regra de transição. E essa transição não pode ser nem muito longa nem muito curta”, explicou. “Quem já está contribuindo, vai receber aposentadoria como deveria. Com o crescimento da população e da idade média dos brasileiros, o crescimento da Previdência é insustentável no longo prazo, precisamos controlar isso”, argumentou.
“A idade mínima (para aposentadoria) não é uma novidade trazida pelo governo Temer. A medida já vem sendo discutida há algum tempo, é uma tendência mundial. O Brasil é um dos poucos países que ainda não fixou essa regra. É uma medida quase inevitável, devido ao aumento da expectativa de vida do brasileiro. A novidade pode ser a agenda, se de fato a reforma ganhar agilidade no governo. A mudança, no entanto, não deveria vir sozinha, mas dentro de um conjunto de ações que promovam corte de custos não no benefício, mas no custeio. Umas das medidas urgentes é pôr fim à chamada Desvinculação da Receita da União (DRU), evitando que 20% dos recursos da Previdência Social sejam direcionados para o caixa único do governo, como hoje. Outra medida importante são políticas previdenciárias para reduzir a informalidade e com isso fazer crescer a arrecadação previdenciária. O Brasil já tem um parâmetro para a idade mínima, que é feito no serviço público, onde se estipula 60 anos para homens com 35 de contribuição e 55 anos para mulheres, com outros 30 de contribuição. É fundamental haver uma regra de transição para evitar injustiças com quem está próximo de se aposentar”, Marcelo Barroso de Campos, especialista em direito previdenciário