A quantidade de mulheres que concluíram doutorado no exterior cresceu 60% nos últimos quatro anos. De acordo com levantamento do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), organização social ligada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), apesar do aumento, elas ainda recebem uma média de 83,5% do salário dos homens.

O estudo “Doutores Brasileiros Titulados no Exterior” traça o perfil dos 14.173 doutores com formação plena fora do país entre 1970 e 2014. Deste número, 5. 786 são mulheres, representando cerca de 40%. No entanto, a partir de 2012, elas passaram a ser maioria. “Isso se deve ao novo papel da mulher na sociedade. A maternidade deixou de ser a coisa mais importante e ela passou a investir mais na carreira”, explicou o coordenador da pesquisa e assessor técnico do CGEE, Henrique Villa.

Segundo o levantamento, os principais destinos dos doutorandos brasileiros são Estados Unidos, França, Grã- Bretanha, Espanha e Alemanha, respectivamente. As cinco localidades juntas foram responsáveis por 75% dos brasileiros titulados no exterior. Porém, nos últimos anos, começou um movimento de desconcentração. Países como Canadá, Itália e Bélgica estão atraindo cada vez mais a atenção de alunos estrangeiros.

A pesquisa aponta ainda que aproximadamente 78% destes doutores possuem emprego formal. O setor de educação foi identificado como o maior empregador dessa mão de obra. Para o analista em Ciência e Tecnologia no CNPq Emerson Willer a expectativa é de que nos próximos três anos a quantidade de doutores com título no exterior cresça cerca de 25%. Esse número é referente aos estudantes que já estão estudando lá fora. Sobre a oferta de novas bolsas, devido à crise econômica, o futuro ainda é incerto.