O vice-presidente da República, Michel Temer, parece ter mudado de ideia em relação ao impeachment de Dilma Rousseff. Nesta terça-feira (29/3), o PMDB, partido do qual Temer é presidente, decidiu deixar a base aliada do governo. Mas em 2015, o vice-presidente acreditava que o processo “geraria uma crise institucional”.
“O impeachment é impensável, geraria uma crise institucional. Não tem base jurídica e nem política”, afirmou o vice-presidente no Twitter em 29 de março do ano passado. Um mês depois, Temer ainda completou: “só se pode pleitear impeachment em hipóteses constitucionais. Em nenhuma delas há esta possibilidade”.
Temer ocupa a cadeira de vice-presidente da República desde 2010, quando Dilma foi eleita para seu primeiro mandato. O peemedebista é o primeiro na linha sucessória da presidência e, em caso de impeachment da petista, é ele quem assume o cargo.
#RenunciaTemer
Após a decisão do PMDB de deixar o governo, milhares de internautas começaram a pedir que Temer renunciasse ao cargo de vice-presidente. A hashtag #RenunciaTemer chegou a liderar o ranking dos assuntos mais comentados da rede social no país. Alguns usuários fizeram piadas com o político e lembraram a carta que ele escreveu para a presidente Dilma Rousseff em dezembro do ano passado.
Desembarque
Durou apenas três minutos a solenidade de desembarque do PMDB do Goveno Federal nesta quarta-feira (29/3). Aos gritos de “Brasil para frente, Temer presidente” e “Fora PT”, o Diretório Nacional da legenda decidiu, por aclamação, que, a partir de agora, nenhum militante do PMDB poderá ter cargo no governo. O Ministro da Secretaria de Aviação Civil, Mauro Lopes, já avisou que entregará a carta ainda hoje.
A dúvida até o momento é em relação ao Ministério da Agricultura, liderado por Kátia Abreu, senadora pelo estado do Tocantins e amiga pessoal da presidente Dilma. Caso ela deseje permanecer no cargo, como tem sinalizado, ela deverá deixar a legenda e optar pelo PSD. “A partir de agora, é a decisão de cada um, mas cada um sabe que a cabeça do PMDB neste momento defende que nenhum militante tenha cargos do Governo Federal”, declarou o presidente da Fundação Ulysses Guimarães, Moreira Franco.