RISCOS

Zika: 4ª vez que OMS decreta emergência pública mundial para epidemia viral

As decisões anteriores foram tomadas para a gripe H1NI, a poliomielite e o ebola

Zika Vírus, as manchas avermelhadas surgem no início da doença, seguida de dores no corpo e febre baixa

Com o zika, é apenas a quarta vez que a OMS decreta um estado de “emergência pública internacional” para uma epidemia viral. As decisões anteriores foram tomadas para a gripe H1NI, a poliomielite e o ebola.

Pergunta: O que é uma emergência pública internacional?

RESPOSTA: “Entendemos como ‘emergência pública internacional’ um evento extraordinário, na qual é determinado que constitui um risco para a saúde pública em outros estados em razão do risco de propagação internacional de doenças e que pode necessitar de uma ação internacional coordenada”, explica a Organização Mundial de Saúde (OMS).

Supõe uma situação “grave, repentina, incomum ou inesperada, que tem repercussões para a saúde pública além das fronteiras nacionais do estado afetado e que pode exigir uma ação internacional imediata”, afirma a organização em sua página na internet.

Esta decisão cabe à direção-geral da OMS, que se apoia habitualmente no aval do Comitê de Emergência do Regulamento Sanitário Internacional (RSI), que compreende especialistas internacionais na luta contra a doença, a virologia, a elaboração de vacinas ou a epidemiologia das doenças infecciosas.

Na segunda-feira, a OMS decretou este emergência pública internacional para os casos de microcefalia suspeitos de terem relação com a epidemia de zika.

P: O que envolve concretamente um estado de emergência pública internacional?

R: Isso depende do contexto de cada pandemia. No caso do zika, cujo estado de emergência sanitária foi declarado na segunda, “as principais motivações (…) são estimular as pesquisas sobre a potencial relação entre o zika vírus e os casos de microcefalia, assim como outras condições neurológicas favorecendo a pesquisa e o desenvolvimento para obter vacinas e diagnósticos”, explicou nesta terça à AFP Monika Gehner, da OMS.

O desafio é também padronizar a coleta e o monitoramento dos dados e pesquisas “para que a OMS seja capaz de comparar dados de diferentes países”, acrescentou. Este quadro de estado de emergência deve também ajudar a acelerar as ações políticas e permitir que a comunidade internacional preste apoio relevante para epidemias atuais.

P: Quais foram as decisões anteriores similares?

R: Antes da epidemia de zika, suspeita de causar má-formações congênitas, a OMS decretou três vezes o estado de emergência pública internacional.

– 11 de junho de 2009: a OMS instaura o estado de emergência pública internacional pela epidemia de gripe H1N1 na Ásia. Este vírus contagioso se propaga facilmente de uma pessoa a outra e de um país a outro. O alerta foi suspenso em agosto de 2010 pois o vírus deixou de ser uma ameaça.

O vírus H1N1 de 2009 continua circulando a cada inverno, especialmente no continente europeu (inclusive na Rússia, etc). Faz parte do vírus da gripe comum sazonal, clássica, que a cada ano mata milhares de pessoas.

– 5 de maio de 2014: a OMS decreta um estado “de emergência pública internacional” após a propagação da poliomielite em diversos países – no Afeganistão, no Iraque e na Guiné Equatorial. A poliomielite é uma doença muito contagiosa, provocada por um vírus que invade o sistema nervoso e pode levar a uma paralisia total em algumas horas. Este vírus se propaga de uma pessoa a outra pela via fecal-oral ou, mais raramente, por meio de água ou alimentos contaminados. Febre, astenia, dor de cabeça, vômitos, rigidez na nuca e dores nos membros são os primeiros sintomas. Ela atinge principalmente as crianças com menos de cinco anos. De cinco a 10% dos pacientes morrem já que os músculos respiratórios param de funcionar.

– 8 de agosto de 2014: a OMS decreta uma “emergência pública internacional” para o ebola e pede uma “resposta internacional coordenada”. A epidemia de ebola, a mais grave desde a identificação do vírus na África central em 1976, começou no final de 2013 no sul da Guiné. Ela deixou mais de 11.300 mortos sobre 29.000 casos registrados, segundo a OMS, em 99% em três países vizinhos: Guiné, Libéria e Serra Leoa. O vírus se transmite por contato direto com o sangue, os líquidos biológicos ou os tecidos de pessoas ou animais infectados. Ele provoca uma febre seguida de vômitos, diarreias e algumas hemorragias.

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