Igreja católica belga recebeu mais de 400 denúncias de pedofilia desde 2012
No momento dos fatos, 89% das supostas vítimas eram menores de 18 anos, e 23% tinham menos de dez
O anúncio foi feito quase seis anos depois de um enorme escândalo de pedofilia na instituição. Em abril de 2010, o ex-bispo de Bruges, Roger Vangheluwe, confessou ter abusado de dois de seus sobrinhos, e renunciou.
Pouco depois, surgiram milhares de testemunhos sobre abusos cometidos durante décadas por sacerdotes ou membros de congregações religiosas na Bélgica.
Acusada de permanecer em silêncio, a Igreja belga decidiu no início de 2012 apostar na transparência e convidou as vítimas a se apresentar, através de 10 “pontos de contato”, prometendo indenizações.
Em 2012, 286 pessoas se manifestaram em um desses pontos de contato. Em 2013 foram 37 e em 2014-2015 95.
Ou seja, um total de 418, indicaram numa conferência de imprensa o bispo de Tournai (oeste), Guy Harpigny, e de Antuérpia (norte), Johan Bonny.
Em 80% dos casos, os eventos relatados ocorreram há mais de trinta anos.
Cerca da metade dos casos, 43%, teria ocorrido em escolas, e cerca de 25% nas paróquias, de acordo com o relatório anual sobre as iniciativas tomadas pela Igreja nesta área apresentado por ambos os bispos.
No momento dos fatos, 89% das supostas vítimas eram menores de 18 anos, e 23% tinham menos de dez.
Os bispos de Tournai e Antuérpia chamaram outras vítimas em potencial a falar: “Temos de quebrar o tabu. É melhor prevenir que remediar.”