INVESTIGAÇÃO

Mau tempo e cansaço do piloto influenciaram no acidente de Eduardo Campos

Resultado final foi apresentado na tarde desta terça-feira para os familiares das vítimas e logo mais será divulgado para a imprensa

Acidente Eduardo Campos

O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) apresentou para as famílias das vítimas o relatório final da investigação da queda do Cessna Citation 560 XLS+. O acidente, em 13 de agosto de 2014, vitimou o ex-governador Eduardo Campos, quatro pessoas de sua equipe e os dois pilotos. As informações, que já foram apresentadas para as famílias e estão sendo repassadas para a imprensa, em coletiva em Brasília, indicam que o tempo ruim e a pouca visibilidade podem ter desnorteado o piloto Marcos Martins, além da aproximação equivocada na pista. Além disso, o cansaço do piloto foi um dos fatores que contribuíram para o desastre. E ainda falta comprovação da experiência dos pilotos neste avião específico.

O tenente coronel Raul de Souza faz a apresentação do relatório final. De acordo com as informações, o tempo mudou desde a saída da aeronave do aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, até a chegada em Santos. A visibilidade havia sido reduzida em 5.000 metros. Pelo cronograma de voo, às 9h57 a aeronave reportou um desvio e às 9h59 informou que tinha se alinhado e que estava se aproximando da pista. Neste momento, o radar de São Paulo perdeu o controle do avião, mas a condução estava a cargo da tripulação, por estar em baixa altitude. Às 10h02, o radar de São Paulo voltou a pegar a aeronave pela última vez, o que pode indicar que ela subiu novamente. O acidente teria acontecido às 10h03.

Três vídeos foram apresentados, sendo dois inéditos, e indicam que o avião não estava pegando fogo na hora da queda, como foi cogitado anteriormente. Segundo a investigação, o trem de pouso estava recolhido, as conchas dos reversores estavam fechadas, os cabos de comando rompidos por sobrecarga, flaps e speedbrakes recolhidos.

Todos os fatores apontados para os familiares são 100% humanos. Na quarta-feira pela manhã, familiares das vítimas vão apresentar um relatório paralelo com a versão delas para o acidente.

A ex-primeira-dama Renata Campos embarcou hoje para a capital federal, juntamente com os filhos João Campos e Maria Eduarda, para acompanhar a coletiva. As jornalistas Cecília Ramos e Ana Braga, respectivamente viúva e irmã de Carlos Percol (assessor de imprensa de Campos) e Rita Regina, mãe do fotógrafo Alexandre Severo, também foram para Brasília.

Um relatório preliminar, apresentado pelo Cenipa há quase um ano, apontou indícios de falha humana como possível causa da tragédia. Um dos questionamentos feitos na época foi se os pilotos, Geraldo Magela e Marcos Martins, tinham treinamento específico para pilotar a aeronave.

O acidente

Na manhã do dia 13 de agosto de 2014, a aeronave que transportava o ex-governador Eduardo Campos e sua equipe caiu no bairro do Boqueirão, em Santos, em plena campanha presidencial. Além de Campos e dos pilotos, morreram Carlos Percol (assessor de imprensa), Alexandre Severo (fotógrafo), Pedro Valadares Neto (assessor) e Marcelo Lyra (fotógrafo). A tragédia mudou o cenário político naquele ano, alçando a então candidata à vice-presidente, Marina Silva (Rede), à disputa direta pela Presidência da República.
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