Dólar sobe e fecha a R$ 4,05 em reação a Tombini
Como reação, o mercado futuro de juros passou a projetar majoritariamente uma alta de 0,25 ponto porcentual na taxa Selic
Em nota divulgada pela manhã, Tombini disse considerar “significativas” as mudanças de perspectivas recém-anunciadas pelo FMI, que passou a projetar uma queda de 3,5% do Produto Interno Bruto (PIB) para 2016. Disse ainda que “todas as informações econômicas relevantes e disponíveis até a reunião do Copom são consideradas nas decisões do colegiado”.
As declarações, na véspera da decisão do Copom sobre a taxa Selic, foram interpretadas como uma sinalização de que o aperto monetário pode ser mais ameno do que se imaginava – ou mesmo nem acontecer -, apesar de as expectativas apontarem inflação futura acima da meta do BC. Como reação, o mercado futuro de juros passou a projetar majoritariamente uma alta de 0,25 ponto porcentual na taxa Selic, em vez do 0,50 ponto que prevalecia nas apostas até a véspera. A taxa Selic é hoje de 14,25% ao ano
A declaração mais “dovish” (suave) de Tombini, em contraposição ao tom mais duro de outros comunicados recentes do BC, acabou por dividir opiniões quanto à autonomia da instituição. O aumento da percepção de risco em relação ao País foi, portanto, um dos fatores de pressão sobre o dólar, que se manteve em alta mesmo diante da tendência de baixa frente a moedas de países emergentes e exportadores de commodities. Pela manhã, a cotação chegou à mínima de R$ 4,005 (-0,70%), enquanto a moeda ainda repercutia o cenário internacional mais favorável.