O Vaticano anunciou nesta segunda-feira a detenção do padre espanhol Lucio Anjo Vallejo Balda, secretário da Prefeitura para os Assuntos Econômicos, por “roubo e divulgação de notícias e documentos confidenciais”, informou em um comunicado a Santa Sé.

Além de Vallejo Balda, membro do Opus Dei, foi detida e pouco depois libertada a leiga Francesca Chaouqui, consultora para a reforma econômica e organizacional da Santa Sé, no âmbito de uma investigação da Gendarmaria do Vaticano.

De acordo com a imprensa italiana, um roubo de dados teria ocorrido no computador o controlador-geral das finanças do Vaticano, o italiano Libero Milone, em seu escritório localizado perto da Praça de São Pedro.

Libero Milone, nomeado pelo Papa em 5 de junho para a Reforma das Finanças, é responsável pela auditoria das contas de todas as administrações do pequeno Estado.

Dois livros que devem ser publicados em breve, prometendo revelações sobre os assuntos financeiros da Santa Sé, são assinados pelos jornalistas Emiliano Fittipaldi do L’Espresso e Gianluigi Nuzzi do Mediaset.

Esta divulgação de dados ecoa o caso de vazamento de documentos confidenciais apelidado de “Vatileaks”, que marcou o fim do pontificado de Bento XVI em 2012.

Esses vazamentos tinham sido recolhidos e publicados pelo jornalista Gianluigi Nuzzi.

Na sua declaração, o Vaticano refere-se ao caso “Vatileaks”, falando de uma “traição grave de confiança” dada pelo Papa, e não exclui uma ação judicial por tribunal do Vaticano.