Pesquisa divulgada hoje pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) mostra que 57,3% dos cerca de 100 mil quilômetros de rodovias avaliadas apresentam algum tipo de deficiência em relação à pavimentação, sinalização ou geometria da via. De toda a malha visitada pela CNT, 6,3% estavam em péssimo estado, 16,1% foram considerados ruins e 34,9%, regulares. Segundo o levantamento, 42,7% da extensão rodoviária foram classificados de bom ou ótimo, tendo assim “condições adequadas de segurança e desempenho”. Além disso, apenas 12,4% da malha rodoviária nacional é pavimentada. Isso corresponde a 213,3 mil km dos 1,72 milhões de km de rodovias no país.
De acordo com a Pesquisa CNT de Rodovias 2015, 48,6% da extensão rodoviária analisada apresentam “algum tipo de deficiência” em relação à pavimentação. O percentual de deficiência fica mais alto quando focado exclusivamente nos problemas de sinalização (51,4%) e nos problemas de geometria (77,2%).
“Um dos fatores que mais contribuem para as más condições das rodovias é a grande quantidade de rodovias simples de mão dupla. A falta de segunda via aumenta a ocorrência de acidentes”, disse o diretor executivo da CNT, Bruno Batista, ao informar que 86,5% dos trechos avaliados têm esse perfil.
A deficiência das rodovias resultou em prejuízo tanto para os usuários quanto para o governo: “R$46,8 bilhões foram perdidos em 2014 devido às deficiências do pavimento. Só com acidentes rodoviários foram gastos R$12,3 bilhões. Se todas as rodovias fossem boas ou ótimas em 2015, teríamos também uma economia de 749 milhões de litros de óleo diesel, o que corresponde a R$ 2,1 bilhões. Isso fora os benefícios para o meio ambiente”, acrescentou Batista.
Prejuízo
Para o diretor da CNT, no final, é a sociedade que acaba pagando pelo prejuízo. “A concessão talvez seja a saída mais viável”, completa. Segundo ele, são necessários investimentos de R$ 300 bilhões padronizar toda a malha rodoviária brasileira. “Há ainda [gastos com] as pensões por morte, invalides ou Sistema Único de Saúde. Tudo isso nos faz concluir que investir em rodovias vai trazer economia para os cofres da União”, disse o diretor Vander Costa.
Segundo Costa, há, por parte da iniciativa privada nacional e estrangeira, interesse em investir no modal rodoviário. “O que falta é dar segurança ao capital que vem ao Brasil, com contratos de longo prazo”.
A pesquisa foi feita em junho e julho de 2015 por 20 equipes da CNT.