CÂMARA

Após conversa, líderes da base adotam cautela ao falar sobre prisão

Os parlamentares deixaram o gabinete de Cunha falando em clima de “choque” diante do ineditismo da prisão e concluíram que a Casa deve ter cautela e não se pronunciar

Líderes partidários da base aliada se reuniram informalmente na manhã desta quarta-feira, com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para avaliar o impacto da prisão do líder do governo no Senado, Delcídio Amaral (PT-MS), sobre os trabalhos do Congresso.

Os parlamentares deixaram o gabinete de Cunha falando em clima de “choque” diante do ineditismo da prisão e concluíram que a Casa deve ter cautela e não se pronunciar, que o ideal é deixar que o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Senado falem sobre o tema.

A preocupação é com os efeitos da prisão na agenda governista. Alguns defendiam a manutenção da sessão do Congresso para garantir a votação do projeto que muda a meta fiscal de 2015, pauta prioritária do governo. “O Congresso não pode parar”, pregou o líder do PT, Sibá Machado (AC), que vai reunir a bancada petista nesta tarde para se pronunciar oficialmente sobre a prisão de Delcídio.

No encontro com Cunha foi discutido como a Câmara poderia trabalhar hoje caso não houvesse sessão do Congresso. Os líderes não sabiam o que colocar em pauta nesta tarde e se haveria clima no plenário para votações.

Perplexos com a ausência de jurisprudência sobre o assunto, deputados preferiram falar sob condição de anonimato. “É uma mistura de perplexidade com indignação”, resumiu um petista.

O discurso era de que pode ter havido interferência do Judiciário no Legislativo e que nem o senador Arnon Mello (PDC-AL) – pai do hoje senador Fernando Collor de Mello – foi preso após atirar no senador José Kairala (PSD-AC), em dezembro de 1963, dentro do Congresso. A questão agora, segundo eles, é saber como ficará a autoridade do Parlamento diante da decisão do STF.

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