CRISE NA EUROPA

Europa discute medidas para reduzir fluxo de migrantes

A proposta busca desacelerar a passagem dos migrantes através do corredor seguro que se formou através da Europa Central e Oriental em direção à Áustria e à Alemanha

Líderes de 11 nações europeias que integram o caminho de fuga dos migrantes para o continente se reuniram neste domingo a fim de discutir medidas para diminuir o fluxo de pessoas e coordenar a assistência humanitária aos refugiados que chegam. Mas o plano elaborado pelo presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, e solicitado pela chanceler da Alemanha, Angela Merkel, no início da semana, atraiu críticas de políticos, policiais e trabalhadores de ajuda humanitária.
A proposta busca desacelerar a passagem dos migrantes através do corredor seguro que se formou através da Europa Central e Oriental em direção à Áustria e à Alemanha por meio do aumento da vigilância das fronteiras, registro correto de migrantes e interrupção do transporte por ônibus e trem até as fronteiras sem o consentimento dos países vizinhos. “Tempos extraordinários exigem medidas extraordinárias”, disse Merkel, a caminho da reunião. Ela falou da necessidade de criar abrigos adequados para “refugiados perdidos em condições muitas vezes insuportáveis” e de um trabalho em conjunto entre os países para administrar o fluxo de migrantes e criar centros de registro para os migrantes que chegam à Grécia.
“O que temos de resolver é que este fluxo de refugiados seja gerenciado de uma forma coordenada, a fim de evitar um descoordenado e desestruturado fluxo para a Europa”, disse o comissário da UE encarregado das relações com os países dos Balcãs não pertencentes ao bloco, Johannes Hahn. Os líderes de países não pertencentes à UE, Albânia, Sérvia e Macedônia, foram convidados para a reunião, juntamente com os dos Estados-membros Grécia, Romênia, Bulgária, Hungria, Croácia, Eslovênia, Áustria e Alemanha. A agência de refugiados das Nações Unidas (ONU), bem como agências de fronteira e de asilo da UE, participariam do encontro, juntamente com o chefe do Parlamento Europeu e os ministros de Luxemburgo e da Holanda, que detêm a atual e a próxima presidência do bloco.
Mas o primeiro-ministro da Croácia, Zoran Milanovic, em campanha para as eleições gerais de 8 de novembro, questionou o propósito do encontro deste domingo, na ausência de uma estratégia para tratar o problema em suas raízes – na Turquia e na Grécia. “Esta é apenas uma agradável conversa em uma tarde de domingo”, afirmou. Os comentários foram ecoados pelo primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras. Segundo ele, na ausência de um acordo com a Turquia, “será muito difícil encontrar uma solução”.
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