Cardozo adia prazo para construção de centros integrado nas fronteiras

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O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse nesta terça-feira, 6 de outubro, que estados que fazem fronteira com países vizinhos e demais unidades consideradas violentas receberão “o quanto antes, a depender da nossa condição orçamentária” centros integrados de comando entre as forças de segurança pública. A proposta de instalar esse tipo de unidades de integração das forças policiais foi uma das promessas de campanha de Dilma Rousseff que, em agosto de 2014, afirmou que “em ano e meio, todas as 27 unidades da Federação teriam esses centros. Segundo o ministro, dadas as condições orçamentárias, o novo prazo para instalação de todos os centros é “até o fim do governo”.
Nesta terça-feira, 6 de outubro, durante participação no Seminário Contrabando no Brasil: Impactos e Soluções, o ministro Cardozo disse que o governo não desistiu da ideia, que deve sair “em breve”. “Nós queremos implementar centros integrados de comando em todos os estados, mas com prioridade para os estados de fronteira, que receberão o quanto antes, a depender da nossa condição orçamentária”, frisou o ministro. O seminário é realizado pelo Correio Braziliense e pelo Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (ETCO).
Durante palestra, o ministro da Justiça citou as dificuldades de combater crimes nas fronteiras, tendo em vista a extensão continental do país. “No Brasil, nós temos esse problema (de controle de fronteiras) agravado. Em primeiro lugar, por causa da realidade geográfica, já que nós somos um pais continental, com mais de 16 mil km de fronteiras terrestres e oito (mil quilômetros) marítimas, com características socioeconômicas diversificadas”, disse.
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José Eduardo Cardozo também defendeu o trabalho de inteligência das polícias. “Até entendo que o cidadão se sente mais seguro tendo uma pessoa com uma banquinha ali, que aparece no controle na fronteira. Isso é bom para a segurança, mas tem pouca eficácia na prática”, frisou o ministro. “Pegue como exemplo a Fronteira de Foz de Iguaçu. Todos os dias, passam pela ponte da amizade dezenas de milhares de veículos. Parar cada um deles seria inviável e comprometeria todo o comércio bilateral entre Brasil e Paraguai”.
O ministro lembrou que a forma mais eficaz de fiscalizar o contrabando é por meio do trabalho de inteligência, “que pressupõe integração das polícias brasileiras e colaboração de polícias internacionais, além de equipamentos modernos”, e defendeu que a realização de demais atividades como a Operação Ágata se dê após a realização dela. Além disso, Cardozo reforçou a importância de ações de desenvolvimento socioeconômico das fronteiras, oferecendo opções à população local. “Temos que dar alternativas para as pessoas, para que não recorram ao crime. Muitos o vivem porque não têm outras chances. Sem isso, não conseguiremos uma eficácia adequada com a atividade policial”.
A noção de fronteiras estendidas também foi citada pelo ministro. Segundo ele, é impossível se combater o contrabando sem levar em consideração todo o trajeto que o produto faz. “É muito comum se falar da fronteira que está colocada no ponto de entrada do país. Hoje, nós não podemos falar de controle nessa lógica. Temos que atacar no país que produz, no que há o trânsito, e no que há o consumo. A fronteira não é só aquela faixa de 150km”, argumentou.bra
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