ARTIGO
A ideologia dos inteligentes
Acabei esta semana a (re)leitura da nova edição de “O retrato”, de Osvaldo Peralva, editora Três Estrelas, com apresentação de Antonio Paim. Peralva, como sabem, foi figura de proa do Partido Comunista Brasileiro (PCB) desde 1942 e no qual militou até 1956, quando foi despertado para a realidade pelo famoso Relatório Kruschev sobre os crimes […]
Acabei esta semana a (re)leitura da nova edição de “O retrato”, de Osvaldo Peralva, editora Três Estrelas, com apresentação de Antonio Paim. Peralva, como sabem, foi figura de proa do Partido Comunista Brasileiro (PCB) desde 1942 e no qual militou até 1956, quando foi despertado para a realidade pelo famoso Relatório Kruschev sobre os crimes cometidos durante o governo Stálin. Foi representante brasileiro no Kominform, que coordenava e controlava, da Europa, as ações dos PCs de todo o mundo; conhecia, por isso, por dentro, o movimento comunista internacional e, no que nos diz respeito, confessa ter sido esse movimento “a maior fraude política da história do Brasil” (pág. 403). Peralva, em diversas passagens (pp. 232, 328 e 397), alude ao dinheiro apreciável com que Moscou financiava o PCB, onde se comprova a natureza ilegal que sempre marcou a atuação do movimento, no Brasil. O autor menciona nosso conterrâneo Luís Teles, de quem recorda o apelido “nobre espanhol”, magistrado local falecido não faz muito, que chegou a desembargador.
Osvaldo Peralva renegou a ideologia vermelha em 1956; mais recentemente tivemos a desconversão de Hélio Bicudo, um dos fundadores do PT, e de Juca de Oliveira, ator e dramaturgo, que disse ter sido stalinista mas que resolveu mudar de rumo depois de ter descoberto que ali estava “um genocida tão grande ou maior do que Hitler” (Istoé de 7.10.2015).
Sucede que essa ideologia continua fazendo estragos até os dias de hoje. O comunismo pareceu como sistema econômico e movimento político, mas deixou em seu lugar o “marxismo cultural” com sua missão de subverter e aniquilar a civilização cristã. Trago-lhes um exemplo:
Tramita no Congresso, desde 2007, o Projeto de Lei 1.057, já aprovado na Câmara, em agosto, indo agora para o Senado, que coíbe o infanticídio de crianças indígenas, bem assim assegura direitos fundamentais a crianças, adolescentes, mulheres e idosos vulneráveis nas comunidades indígenas.
Será preciso dizer que matar crianças é um crime, como universalmente reconhecido? Ou se trata de mera manifestação de um costume local, que exige ser respeitado em nome da identidade e da diversidade culturais? As perguntas são radicais; não admitem resposta em meio-termo. Sim ou não.
Mas há vozes condenando o projeto, todas partidas do marxismo cultural ou de figuras afins. A deputada Jandira Feghali (que é médica!), do PC do B-RJ, por exemplo, votou contra, porque entende que o assassinato indígena deva ser evitado “por meio de uma mediação cultural”. Ora, o que propõe o projeto é justamente isso…
Também se posicionam contra, o Poder Executivo, por meio da Funai e (tinha de ser!) o CIMI (Conselho Indigenista Missionário), da Igreja Católica. O CIMI, tal qual a CNBB, há muito tempo não passa de um órgão a serviço do sempre lembrado marxismo cultural. Bem pior, há quem diga que certas posições do CIMI coincidem com interesses outros de ordem econômica internacional (minérios e novas nacionalidades).
É por isso que se fala em degradação cultural e moral das esquerdas. Estas, depois de terem matado 200 milhões de pessoas no século XX, continuam a defender, na prática, o direito de assassinar criancinhas.
Razão tinha Besançon. Se essa gente tem inteligência já devia ter-se libertado da ideologia. Ou será que lhes falta é outra coisa?
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