O Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a realização de novas diligências para decidir se pedirá à Corte a abertura de um novo inquérito contra o senador e ex-ministro Edison Lobão (PDMB-MA). Alvo de pelo menos dois inquéritos na Operação Lava-Jato, Lobão é acusado de ser “sócio oculto” de uma holding chamada Diamond Mountain, que tem sede nas Ilhas Caymann.
O caso foi revelado em maio por reportagem publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, depois de um inquérito aberto na Justiça Federal em São Paulo ter sido encaminhado ao Supremo devido ao suposto envolvimento do senador, que tem prerrogativa de foro no Tribunal. O ex-ministro é acusado por um ex-sócio do grupo Diamond Mountain, de ser sócio oculto do grupo.
O pedido de novas diligências precisa ainda ser aceito pelo ministro relator do caso, Luís Roberto Barroso, que já concordou com solicitação anterior de Janot de concessão de mais 30 dias para apuração dos fatos ligados a Lobão. Entre as medidas solicitadas pela Procuradoria está o acesso à agenda do senador em 2011, quando ele comandava o Ministério de Minas e Energia.
Como o levantamento da agenda de Lobão foi feito no inquérito do qual o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) é alvo, Janot pediu então que essas provas sejam compartilhadas com a investigação envolvendo a Diamond.
Janot pede ainda a realização de perícia de mensagens eletrônicas anexadas ao processo pelo ex-sócio da Diamond, responsável pelas acusações contra o senador. De acordo com o procurador-geral, esse exame servirá para identificar se o material é verdadeiro ou se foi manipulado.
A realização de novas diligências servirá para que Janot decida sobre pedir ou não a abertura de um novo inquérito contra Lobão no STF. Em depoimento prestado à PF em maio deste ano, que tinha como objetivo apurar o envolvimento de Lobão na Lava-Jato, o senador negou aos investigadores qualquer relação com a empresa Diamond Mountain.