Buenos Aires, Argentina – O chefe de Gabinete da Argentina, Aníbal Fernández, abriu processo contra o jornalista Jorge Lanata, a produção de seu programa de TV e dois narcotraficantes entrevistados que o vincularam a um triplo crime ocorrido em 2008 ligado a drogas. Segundo Fernández, a acusação feita no programa é “cem por cento uma invenção”.
A denúncia contra o chefe de Gabinete difundida no domingo (2/8) pelo programa “Periodismo para Todos”, apresentado por Jorge Lanata no canal El 13, do Clarín, contrário ao governo, gerou um terremoto político, quando falta uma semana para as primárias que definirão os candidatos para as eleições gerais de outubro.
Fernández é um dos dois candidatos oficiais ao governo da província de Buenos Aires, um distrito-chave. A presidência apoiou seu chefe de Gabinete e atribuiu as supostas denúncias a um instrumento de campanha eleitoral que visa “a impedir a continuidade do projeto kirchnerista”.
Um dos quatro sentenciados em 2012 à prisão perpétua por um triplo assassinato, Martín Lanatta (sem relação com o jornalista), declarou na entrevista ter pagado pessoalmente a Fernández alguns milhões de dólares relativos a um caso de venda de efedrina, um precursor químico.
Outro acusado por narcotráfico, o farmacêutico José Luis Salerno, um ex-policial que era sócio de um dos empresários assassinados na ocasião, também vinculou Fernández em uma declaração ao programa que foi gravada na casa da deputada Elisa Carrió, uma das pré-candidatas presidencial pela coalizão Cambiemos, oposição conservadora.