O primeiro-ministro da Turquia, Ahmet Davutoglu, anunciou nesta sexta-feira que aviões do país bombardearam e destruíram alvos do grupo extremista Estado Islâmico (EI,ex-Isis) na fronteira com a Síria.
De acordo com a imprensa local, ao menos quatro aeronaves de Ancara decolaram da base aérea de Diarbaquir e dispararam mísseis contra alvos do EI no vilarejo de Havar, na Síria. Ancara ressaltou que chegou a avisar o governo sírio sobre a incursão e que, desta forma, não violou o espaço aéreo do país vizinho. Ao meno 35 simpatizantes do grupo extremista islâmico foram mortos na ação, segundo cálculos preliminares.
Simultaneamente aos ataques, a polícia turca prendeu 251 pessoas em uma operação contra terrorismo. Os detidos seriam suspeitos de manterem relação com o EI ou com milícias curdas. Uma mulher, ligada ao grupo de extrema esquerda turco DHKP-C, morreu em confronto com os policiais.
“O país está determinado a combater todos os grupos terroristas, sem distinção”, disse o governo, em um comunicado publicado pela rede “Al Arabiya”.
O clima na Turquia acirrou nos últimos dias, após um atentado na cidade de Suruc, na fronteira com a Síria, deixar ao menos 30 mortos e 100 feridos na última segunda-feira, dia 20, quando um homem, vestido de burca, detonou uma bomba em um centro cultural curdo. Desde então, três policiais e um militar foram assassinados em atentados reivindicados pelo partido curdo PKK, que acusa o governo de ter “colaborado” com os jihadistas no atentado em Suruc.
O PKK também matou um simpatizante do EI em Istambul e um membro do Hezbollah curdo, os quais responderam com diversos assaltos armados contra a sede do partido curdo HDP, aumentando a tensão sobre uma possível guerra étnica.
Coalizão
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, confirmou hoje a concessão aos Estados Unidos de uma base militar em Incirlik para operações armadas contra o EI. Após relutar em integrar a coalizão internacional que bombardeia o grupo, Ancara, que temia retaliações do EI em seu território, decidiu ontem se juntar à comunidade internacional em ofensivas militares.