CRISE

Tsipras diz que Grécia foi ‘cobaia’ da austeridade

Premier fez um duro discurso nesta quarta-feira em Estrasburgo

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No Parlamento Europeu, Tsipras diz que Grécia foi 'cobaia' da austeridade

Após a reunião entre chefes de Estado e de Governo da União Europeia impor o próximo domingo como data limite para um acordo com a Grécia, o primeiro-ministro Alexis Tsipras foi hoje, dia 08, ao Parlamento Europeu de Estrasburgo para lançar um último apelo contra as políticas de austeridade.

“O dinheiro de vocês serviu para salvar os bancos, nunca chegou ao povo grego. O problema não está nestes últimos cinco meses, mas sim, nos últimos cinco anos”, ressaltou o premier, referindo-se ao plano de resgate fechado em 2010 com o país.
“A Grécia foi cobaia de um experimento de austeridade que não deu certo”, disse Tsipras, em um duro discurso contra as reformas exigidas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), pelo Banco Central Europeu (BCE) e pela Comissão Europeia para a concessão de mais um pacote de ajuda financeira a Atenas.
“Reivindicamos um acordo com nossos aliados que nos leve diretamente para fora da crise, que nos faça ver uma luz no fim do túnel”, comentou.
O premier grego também garantiu que apresentará em breve novas propostas para seus credores, as quais incluirão uma “reestruturação da dívida”.
Caso a Grécia não chegue a um acordo com seus credores até o próximo domingo, dia 12, deverá sair da zona do euro, provocando um impacto político e financeiro no bloco.
As negociações entre Atenas e seus credores ocorriam há semanas, mas foram interrompidas após o governo convocar um referendo para que os gregos decidissem se aceitavam ou não as medidas de austeridade.
Com a vitória do “não”, o país tenta renegociar as condições do empréstimo. Ontem, em Bruxelas, Tsipras fez uma apresentação oral das intenções da Grécia e pediu a liberação emergencial de 7 bilhões de euros.
Sem dinheiro, a Grécia se tornou na semana passada o primeiro país desenvolvido a dar um calote no FMI, deixando de pagar uma parcela de 1,6 bilhão de euros. Além disso, o país tem até 20 de julho para quitar uma prestação de 3,5 bilhões de euros devida ao Banco Central Europeu (BCE).
Se sofrer um calote, a instituição não poderá mais socorrer os bancos gregos com seu programa de liquidez.
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