ECONOMIA
Tesouro aposta na recompra de títulos para reduzir juros da dívida externa
Na operação, o Tesouro gastou US$ 1,156 bilhão, mas economizará no longo prazo
A recompra dos títulos Global 2040, realizada ontem no mercado externo, fez o Tesouro Nacional economizar US$ 1,7 bilhão com o pagamento de encargos da dívida pública. Em nota, o órgão informou que decidiu recomprar todos os papéis em circulação para melhorar o perfil e reduzir os juros da dívida pública externa.
Na operação, o Tesouro gastou US$ 1,156 bilhão, mas economizará no longo prazo. Com o Global 2040 – emitido em agosto de 2000 com vencimento em 2040 – o órgão gastava 13,75% ao ano de juros e 11% ao ano com cupons (bônus pagos a cada seis meses aos detentores do título). Papéis semelhantes, de 30 anos de prazo, emitidos nos últimos anos no mercado internacional têm juros entre 5% e 6% ao ano e pagam cupom de 5% ao ano.
Segundo o comunicado, o Tesouro tinha a opção de recomprar o Global 2040 por 100% do valor de face (preço do título no momento do lançamento) a partir de 15 de agosto de 2015. Caso não recomprasse os papéis, o Tesouro gastaria mais que o valor de 100% do preço de face por causa dos altos encargos do título que seriam pagos até vencimento em 2040.
A operação foi realizada com recursos do orçamento da dívida pública e estava prevista no Plano Anual de Financiamento de 2015, documento com o planejamento do Tesouro para a administração da dívida pública neste ano divulgado em janeiro. Por meio dos títulos soberanos, o Tesouro Nacional capta recursos no exterior e se compromete a devolver os papéis no vencimento com o pagamento de juros. As taxas são definidas com base na confiança dos investidores em relação à economia. Quanto menor o risco de calote, mais baixos os juros.
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