INVESTIGAÇÃO

MP denuncia dois policiais por participação em assassinato de Eliza Samudio

O policial aposentado José Lauriano de Assis Filho, o Zezé, e o policial ainda na ativa Gilson Costa foram incluídos no processo cinco anos depois do crime

MP denuncia dois policiais por participação em assassinato de Eliza Samudio

Novos personagens da trama do sumiço e assassinato de Eliza Samudio, e sequestro do filho dela, surgiram no caso cinco anos depois do crime. O promotor Daniel Saliba de Freitas, que assumiu as investigações com a saída de Henry Vasconcelos, denunciou os policiais civis José Lauriano de Assis Filho e Gilson Costa. O primeiro deles vai responder por sequestro e cárcere privado de Eliza e da criança, filho do goleiro Bruno Fernandes, homicídio triplamente qualificado contra a vítima, corrupção de menores e ameaça. Já Gilson Costa vai responder apenas por ameaça.

A participação dos dois homens no crime já estava sendo investigada desde a condenação dos primeiros réus. Consta no processo que foi Zezé, policial já aposentado, quem apresentou Luiz Henrique Romão, o Macarrão, e o goleiro Bruno ao ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, apontado como o executor da ex-modelo. Na quebra de sigilo telefônico dos envolvidos no crime constam várias ligações entre Zezé, Macarrão, Bola e o primo de Bruno, que era menor na época do crime.
Na denúncia feita pelo MP, o promotor Daniel Saliba de Freitas coloca Zezé em todas as fases do crime. Segundo Freitas, o policial aposentado esteve no Rio de Janeiro junto com Bruno, Macarrão e Jorge, primo do goleiro, em 4 de junho de 2010. Foi neste dia que Eliza foi sequestrada junto com o filho e levada para Minas Gerais.
Em 10 de junho, o MP cita José Lauriano como um dos participantes da morte da ex-modelo. De acordo com a denúncia, o policial aposentado estava na casa de Marcos Aparecido juntamente com Bruno, apontado como o mandante do crime, Macarrão e Sérgio Rosa Sales, um dos acusados do assassinato que foi morto durante o processo, no momento da morte de Eliza. Zezé também é apontado como participante da ocultação de cadáver da mulher.
José Lauriano vai responder por corrupção de menores, pois corrompeu, ainda segundo o MP, o adolescente Jorge Luiz Sales, a deixar a ex-modelo e o filho dela em cárcere privado e participar do homicídio. Além desses crimes, o policial aposentado e Gilson Costa vão responder por ameaça grave contra Jaílson Alves de Oliveira, detento que diz ter ouvido de Bola a confissão do crime na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na Grande BH. Segundo a denúncia, os dois policiais teriam entregue uma nota de R$ 50 ao preso dentro do Departamento de Homicídio e Proteção a Pessoa (DHPP) quando ele iria prestar depoimento. Na ocasião, ameaçaram matar a mulher dele caso o detento não omitisse em depoimento ou falasse com a verdade, para beneficiar os réus do processo.
O promotor pede que os dois denunciados sejam interrogados e pronunciados pelos crimes listados acima. Além disso, pede que os policiais civis “sejam submetidos a julgamento pelo Tribunal do Júri de Contagem e, ao final, condenados”.
Réus condenados
Todos os réus que responderam pelos crimes contra Eliza Samudio e do filho dela, foram condenados. À exceção de Dayane Rodrigues, ex-mulher de Bruno, que foi absolvida das acusações. Fernanda Gomes de Castro, ex-namorada do atleta, foi condenada a cinco anos pelo sequestro e cárcere de Eliza e Bruninho. Luiz Henrique Romão, o Macarrão, braço direito do ex-ídolo do Flamengo, foi sentenciado a 15 anos de prisão por homicídio qualificado. Ele foi beneficiado por uma confissão parcial do crime. Já Bruno teve a pena estabelecida em 22 anos e 3 meses de prisão por homicídio e ocultação do cadáver da jovem e também pelo sequestro e cárcere privado do filho, Bruninho. O ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, apontado como executor do assassinato, foi condenado a 22 anos de prisão.
Um outro réu no processo não chegou a ser julgado. Sérgio Rosa Sales, primo do goleiro Bruno, era considerado a principal testemunha do caso. Ele foi assassinado meses antes da data prevista para o julgamento. A polícia concluiu que ele foi vítima de um crime passional, sendo executado pelo companheiro de uma mulher a quem assediou na rua. Outro primo do jogador, que revelou à polícia grande parte da trama, cumpriu medida sócio-educativa e já está em liberdade. Jorge Lisboa Rosa era menor de idade quando o crime ocorreu.
Elenílson Vitor da Silva, caseiro do sítio do ex-atleta em Esmeraldas, e Wemerson Marques de Souza, o Coxinha, respondiam apenas pelo sequestro e cárcere privado de Bruninho, filho do jogador e da modelo assassinada. Ambos foram condenados e cumprirão pena em regime aberto. Wemerson, que era réu primário, foi sentenciado a 2 anos e 6 meses de prisão. Já Elenilson, que chegou a ficar preso por cinco meses por causa do envolvimento na morte de Eliza e não era réu primário, teve a pena estabelecida em 3 anos.
VER COMENTÁRIOS
Polícia
Concursos e Emprego
Esportes
Entretenimento e Cultura
Saúde
Negócios
Mais Notícias