A inflação continua não dando trégua. Avançou 0,79%, em junho, contra a alta de 0,74%, em maio, conforme dados divulgados nesta quarta-feira (08/07) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essa é a maior taxa para o mês desde 1996, quando o custo de vida subiu 1,19%. No acumulado no ano, Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) teve elevação de 6,17%, próxima do teto da meta de 6,5% anuais estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Em 12 meses, o salto foi de 8,89%.

Despesas pessoas lideraram a alta do custo de vida em junho, com alta 1,63% e impacto de 0,18 ponto percentual no IPCA. De acordo com o IBGE, jogos de azar, com variação de 30,80% no mês passado, exerceu a principal força do grupo, de 0,12 ponto percentual no índice. Considerando maio e junho, os valores das apostas aumentaram 47,50%, informou o instituto.

Em segundo lugar ficaram as passagens aéreas, que tiveram alta de 29,19% e impacto de 0,10 ponto percentual no IPCA de junho. No semestre, os preços dos bilhetes acumulam elevação de 32,71%. O IBGE informou ainda que o terceiro item com a maior impacto no indicador, de 0,29 ponto percentual, foram as taxas de água e esgoto que subiram 4,95% na média nacional em junho.

Entre os alimentos, apesar de registrarem alta de 0,63% em junho, quase metade da elevação de 1,37% em maio, a cebola foi o maior vilão. O preço do produto avançou 23,78% em junho, mas no acumulado do ano o salto foi de 148,13%. A batata inglesa teve a segunda maior alta no mês, de 6,97% e de 24,15% no ano. O tomate foi o que ficou mais barato. A queda em junho foi de 12,27%, mas, no ano, o fruto ainda acumula alta elevada, de 58,28%.

Brasília foi a capital que mais contribuiu para a alta da inflação em junho. A variação no mês passado foi de 1,05%, em função do aumento de 25,50% nos preços das passagens aéreas. Salvador ficou na vice-liderança com alta de 1,04%, no mês.